Bring Me the Horizon em
Reprodução/YouTube

Praticamente qualquer fã de Metal já passou pela situação em que tenta convencer uma pessoa que não está acostumada com o gênero a gostar de alguma música que esteja no seu repeat naquele momento só para ouvir comentários criticando a “gritaria” e “barulheira”.

É claro que não há muito o que fazer quanto ao barulho: parte da essência do Metal é justamente essa agressividade, que geralmente é traduzida em guitarras pesadas e batidas aceleradas, tornando definitivamente compreensíveis os comentários de quem não está acostumado — até mesmo daqueles que costumam se declarar “ecléticos”.

A verdade é que, assim como tudo na vida, o Metal é um gosto que vem com o tempo. Dessa forma, faz todo sentido começar “devagar”, com músicas que explorem alguns lados mais acessíveis do gênero (sem os vocais gritados, inclusive) e que podem servir como porta de entrada para se acostumar com a sonoridade e, eventualmente, chegar às vertentes mais pesadas.

Pensando nisso e inspirados em um TikTok visto nos últimos dias, o TMDQA! separou uma lista com 15 músicas que são ótimas pedidas para você dar uma nova chance ao Metal. Confira a seguir!

Architects – “Animals”

Um dos melhores nomes do Metalcore em todos os tempos, o Architects mudou um pouco sua direção nos últimos anos, em especial a partir do disco For Those That Wish to Exist (2020) e passou a explorar mais os vocais limpos, chegando em uma sonoridade radiofônica sem perder a sua potência marcante.

“Animals” é o exemplo perfeito disso, se apoiando em guitarras pesadíssimas e arrastadas para compensar a ausência de vocais gritados.

BAD OMENS – “Just Pretend”

Um dos maiores hits a sair da cena pesada recentemente, “Just Pretend” é talvez a música mais leve dessa lista — um ótimo ponto de partida para quem não fica confortável nem mesmo com instrumentais tão intensos.

Evocando uma estética anos 2000, o BAD OMENS acertou em cheio nas medidas de melodia e emoção, acrescentando um toque pesado para não desagradar seus fãs mais fervorosos.

Bring Me the Horizon – “Throne”

Talvez o nome mais conhecido dessa lista e do Metal moderno, o Bring Me the Horizon começou como uma banda de Deathcore (uma das vertentes mais pesadas do gênero) e, aos poucos, foi incorporando novos elementos e criando uma sonoridade única.

Para os fãs de Linkin Park e afins, “Throne”, assim como boa parte do disco That’s the Spirit (2015), vai te levar por uma viagem nostálgica cheia de energia, que te transporta para uma atmosfera muito especial.

The Contortionist – “Return to Earth”

Quem não está tão familiarizado com o Metal e seus subgêneros provavelmente nunca ouviu falar de Rock ou Metal Progressivo, mas o The Contortionist pode ser uma ótima porta de entrada para esse subgênero que explora os limites técnicos dos instrumentos, seja através de composições complexas, ritmos alternantes ou solos e riffs impressionantes.

No caso de “Return to Earth”, a banda acerta em cheio na dinâmica para conquistar o ouvinte com belas melodias unidas a riffs pesadões, que lembram o Djent e fazem você se questionar constantemente se está ouvindo uma balada ou uma música de Metal.

Corrosion of Conformity – “Albatross”

Você deve ter reparado que, até aqui, a lista praticamente só tem nomes recentes. O restante da seleção também segue esse caminho, e é claro que a ideia é justamente focar em bandas mais novas, que fujam do status de clássicos. Mas que tal uma viagem ao passado pelo menos em uma posição?

Corrosion of Conformity é uma banda bem especial, que transita entre o Rock, o Metal, o Grunge e o Stoner com uma maestria totalmente única. A voz de Pepper Keenan é um ingrediente fundamental pra isso, e o cara navega muito bem por todos esses gêneros sem precisar dos gritos. Boa pedida pra quem curte os anos 90!

Dayseeker – “Without Me”

Outra ótima porta de entrada para essa lista, o Dayseeker é um nome para prestar bastante atenção. Em “Without Me”, a banda inicia com uma pegada bem Pop Rock, antes de introduzir elementos mais pesados. Apesar disso, não perde a veia melódica em nenhum momento.

Electric Callboy feat. Conquer Divide – “FUCKBOI”

Para quem é fã de Pop Punk e quer se enveredar por gêneros mais pesados, “FUCKBOI” é uma excelente pedida. Conhecida por suas músicas bem-humoradas com instrumentais pesadíssimos, a banda alemã Electric Callboy seguiu por uma direção um pouco diferente na parceria com Conquer Divide.

Ainda que traga toda a pegada Pop Punk, o grupo não abre mão de pedais duplos e riffs rápidos, e até tem alguns berros nos backing vocals. É bom pra já ir se acostumando!

Fire From the Gods – “INI”

Quem acompanhou o início dos anos 2000 também certamente se lembra das bandas, como o próprio Linkin Park, que usavam vocais de Rap em suas músicas. A versão moderna disso é o Fire From the Gods, que em muitos momentos substitui os berros por versos rápidos e rimados.

“INI” é um exemplo excelente de tudo isso, servindo como ótimo cartão de visitas para o trabalho dos caras.

Hands Like Houses – “This Ain’t No Place for Animals”

Outra banda super única da lista é o Hands Like Houses. Os australianos tem, ao mesmo tempo, um dos instrumentais mais pesados de toda a lista e alguns dos vocais mais melódicos, o que gera uma combinação super interessante.

Também é bastante interessante perceber como a banda incorpora elementos eletrônicos e até algumas frases bem técnicas. O resultado de tudo isso aparece muito bem em “This Ain’t No Place for Animals”, e vale ressaltar que, com o tempo, o grupo foi lapidando seu som para ficar cada vez mais radiofônico.

Like Moths to Flames – “Nowhere Left to Sink”

Com músicas bem pesadas e gritadas em sua discografia, o Like Moths to Flames apostou em algo diferente para “Nowhere Left to Sink”, que acabou se tornando um dos grandes sucessos do grupo.

Aqui, os berros são substituídos por um vocal ríspido e potente, que entrega uma emoção semelhante — em especial ao ser combinado com o instrumental intenso.

Sleep Token – “Alkaline”

Se você procura algo que pode ser melhor descrito pelo adjetivo “diferente”, o Sleep Token é sem dúvidas a sua parada obrigatória. Inovando de diversas formas em sua sonoridade, a banda une peso com elementos que vão desde detalhes eletrônicos até pegadas groovadíssimas do Funk tradicional, passando por Rock Progressivo e muito mais no meio do caminho.

“Alkaline” é um ótimo exemplo desse caldeirão de influências, que desperta várias emoções ao mesmo tempo.

Spiritbox – “Secret Garden”

Spiritbox já chegou até a ser Artista do Mês aqui no TMDQA!, mas ainda há aqueles que não conhecem a incrível banda canadense. Liderado pela impressionante vocalista Courtney LaPlante, o grupo é um dos melhores nomes do Metal recente e consegue trazer uma pegada etérea junto com seu peso.

Em “Secret Garden”, Courtney explora apenas seus vocais limpos e, ainda que seus gritos sejam mais do que sensacionais, a canção pode ser um ótimo primeiro passo para quem quer ir se acostumando aos poucos. “Circle With Me” pode ser uma boa sequência!

TesseracT – “Nocturne”

Mais um com forte influência do Rock Progressivo, o TesseracT substitui o peso dos gritos por um instrumental bem quebrado — com bastante alternância rítmica e pesado — e coroa tudo com uma ambientação espetacular, que tem um quê de Post-Rock/música ambiente para deixar tudo belíssimo. “Nocturne” é um dos melhores exemplos disso.

 

Trivium – “The Heart From Your Hate”

Bastante estabelecido na cena pesada há algum tempo, o Trivium também desenvolveu um estilo marcante e reconhecível por qualquer um familiar com sua sonoridade. Isso é verdade mesmo quando o vocalista Matt Heafy abre mão de seus famosos guturais e explora a vertente mais melódica de sua voz.

“The Heart From Your Hate” é um desses exemplos, onde o peso é trazido pelos timbres e riffs e a pegada mais arrastada combina bem demais com os vocais limpos de Matt. Não à toa, é um dos maiores sucessos da banda!

Wovenwar – “All Rise”

Pra quem procura uma definição mais tradicional de Metal — ou seja, aquela voz cheia de drive, guitarras rápidas, solos e afins — o Wovenwar pode ser a melhor escolha dessa lista.

Formado em 2013 pelos membros do As I Lay Dying, que naquela ocasião havia tido o seu vocalista preso (sim) por contratar um assassino para matar a esposa (sim), o grupo acertou em cheio na escolha do vocalista Shane Blay (Oh, Sleeper), que exibe toda a potência de sua voz mesmo sem berros em canções como a ótima “All Rise”.

Bônus: Beartooth – “Riptide”

Agora que você já mergulhou em toda essa lista, que tal finalizar com uma que tem tudo para te ajudar a se acostumar com os gritos? A nossa escolha para isso é “Riptide”, do Beartooth, que navega perfeitamente entre alguns momentos bem Pop Rock (como o refrão) e outros pesadíssimos, como o pós-refrão.

É ali, inclusive, que surgem os berros — ainda que de forma rápida, sem tomar muito tempo, mas nem um pouco discreta, já que Caleb Shomo mostra toda a sua potência nos poucos segundos em que a utiliza.

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Via R7.com