Uma história de amor em terras baianas, entre uma princesa nagô e um guerreiro bantu, dois grupos étnicos africanos, promete emocionar o público que for à Marquês de Sapucaí assistir aos desfiles da Série Ouro.
Com o enredo “Ópera dos Terreiros – O Canto do Encanto da Alma Brasileira”, a Escola de Samba Em Cima da Hora, do bairro de Cavalcanti, na zona norte do Rio de Janeiro, está apostando tudo para o carnaval 2025.
Baseada em um espetáculo de mesmo nome, montado pelo Núcleo de Ópera da Bahia e exibido inclusive na França, a história também já foi tema de doutorado fora do país. Agora, chega ao Sambódromo, conduzida pelas mãos do carnavalesco Rodrigo Almeida.
No posto desde o último carnaval, Rodrigo explica que o enredo carrega a força da ancestralidade africana no Brasil. Ainda de acordo com ele, a escolha do tema teve como objetivo aproveitar a popularidade do carnaval para trazer narrativas negras à tona.
“Eu deixo o negro falar por si. É um espaço que eles estão tendo em rede nacional. A inspiração é essa, deixá-los brilharem. Eles não precisam de porta-vozes, e sim de espaço. Nós devemos deixá-los mostrar seus talentos, artes, dogmas, cultura”.
Da Bahia a todo o país, os terreiros são grandes símbolos da cultura afro-brasileira. Com a importância dos terreiros em foco, a Em Cima da Hora vai levar bandeiras contra o preconceito racial e a intolerância religiosa, segundo Rodrigo.
“É um enredo que fala de preconceito, mas de uma maneira diferente, mostrando o valor do negro, o poder do seu canto, da sua dança, da sua atuação”.
O resultado, vamos conferir quando a Em Cima da Hora entrar na avenida na sexta-feira de Carnaval, dia 28 de fevereiro, em busca de uma vaga no Grupo Especial.
*Com supervisão de Tâmara Freire