quinta-feira, fevereiro 27, 2025
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Acadêmicos do Salgueiro entra na Sapucaí “de corpo fechado”


MÚSICA

Quem não pede proteção antes de sair de casa? Independente de religião, clamar por caminhos seguros e de paz é uma prática comum entre os brasileiros. E é justamente isso que a Acadêmicos do Salgueiro fará no próximo carnaval ao entrar na Marquês de Sapucaí.


Brasília (DF) 24/02/2025 - Detalhe de uma alegoria da escola Salgueiro.
Foto: Roberto Narciso/Divulgação
Brasília (DF) 24/02/2025 - Detalhe de uma alegoria da escola Salgueiro.
Foto: Roberto Narciso/Divulgação

Brasília (DF) 24/02/2025 – Detalhe de uma alegoria da escola Salgueiro. Foto: Roberto Narciso/Divulgação – Roberto Narciso/Divulgação

MÚSICA

Com o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, a vermelho e branco vai exaltar a fé através dessa proteção mística, comum em religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Ter corpo fechado é estar espiritualmente protegido, imune aos perigos.

Bicampeão pela Mocidade Alegre, do Grupo Especial de São Paulo, o carnavalesco Jorge Silveira está estreando no Salgueiro. E antecipa um pouquinho do que o público verá, e talvez até mesmo se reconhecerá, quando a escola de samba nascida e criada no morro que lhe deu o nome, no bairro da Tijuca, zona norte carioca, passar pela Avenida.


Brasília (DF) 24/02/2025 - Carnavalesco Jorge Silveira da escola Salgueiro.
Foto: Comunicação Salgueiro/Divulgação
Brasília (DF) 24/02/2025 - Carnavalesco Jorge Silveira da escola Salgueiro.
Foto: Comunicação Salgueiro/Divulgação

Escola Salgueiro, por Comunicação Salgueiro/Divulgação

“O nosso enredo consiste em traduzir na avenida todos os rituais, ou grande parte dos rituais de fechamento de corpo nas mais diferentes culturas religiosas brasileiras”.

Tudo começou com a famosa “mandinga”, termo de origem africana que, hoje, é compreendida como feitiçaria, magia. A escola pretende apresentar a origem da “mandinga” no Brasil e o poder sobrenatural a ela atribuído. Segundo Igor Ricardo, responsável por desenvolver o enredo, sua história remonta ao Império do Mali do século 13, na África Ocidental.

“Justamente esse termo mandinga que a gente tem hoje em dia, que é relacionado a despacho, mágica, é um povo, é o nome de um povo africano, que eles tinham umas bolsinhas, né, umas bolsinhas de couro que eles usavam em volta do pescoço, botavam no bolso. E essas bolsinhas, elas tinham propriedades mágicas, né, eles acreditavam que essas bolsinhas tinham propriedades mágicas. Então, e eles eram islâmicos, né. Então, a partir do momento que eles vêm ao Brasil ao ser escravizados, isso começa a se sincretizar. Essa bolsinha começa, ao invés de ter o versículo do Alcorão, ela começa a ter santos católicos”.

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Para Igor Ricardo, um dos objetivos do enredo de 2025 é questionar o preconceito contra as religiões de matriz africana. Afinal, que mal tem pedir proteção? Do sinal da cruz às bolsas de mandinga, um corpo fechado afasta todo o mal.

“A mensagem é respeitar as religiões. A Umbanda tem um pouco do indígena, ela tem um pouco do candomblé, ela tem um pouco do catolicismo. Muita gente acaba tendo preconceito dizendo que a Umbanda é coisa do demônio, que é coisa do diabo. E não, muito pelo contrário. Quando a gente monta um congá, né, um altarzinho ali, e tem várias imagens, tem imagem de Oxalá, tem imagem de Jesus Cristo, aquilo ali não é uma coisa do diabo, aquilo ali é uma coisa de proteção para o meu corpo” .

A Acadêmicos do Salgueiro desfila na segunda-feira, dia 3 de março, embalada na fé para acabar com o jejum de 15 anos. Seu último título foi em 2009 e, no último Carnaval, a agremiação ficou em quarto lugar.

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*Com supervisão de Tâmara Freire




Via Agência Brasil

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