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Base da Polícia Penal vira centro de treinamento para paratletas que vão disputar o Brasileiro


O dia 22 de setembro é marcado como Dia do Paratleta. A data visa homenagear, apoiar e divulgar o trabalho desenvolvido por esses atletas, agindo como ferramenta de inclusão das pessoas com deficiência. É neste mês também (entre os dias 1 e 3) que será realizado no Rio de Janeiro o Campeonato Brasileiro Paralímpico, com a participação de atletas de alto rendimento, como o soldado Luci Maria de Lima e o sargento Wilson Stein, paranaenses que competem no tiro esportivo de ar com carabina de 10 metros.

Eles fizeram a preparação para essa grande competição no Centro de Treinamento e Instrução Thiago Borges de Carvalho, base do SOE em Londrina, no Norte do Estado.

“A estrutura do estande de tiro da regional administrativa de Londrina é a mais moderna entre todas as nove regionais da Polícia Penal do Paraná. Ela fornece profissionalização ao nosso servidor, mas também está à disposição da sociedade”, diz o diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini. “Quando esta base foi pensada houve a contribuição de muitas instituições para alcançar esse nível de excelência. Ter esses dois paratletas militares utilizando a estrutura é muito gratificante”.

Luci comemorou o espaço perto de casa. “Nós fomos muito bem recebidos por toda a equipe do SOE, que nos disponibilizaram toda a estrutura do estande de tiros”, ressalta. A rotina de treinamentos envolve preparação física, aplicação das posições para desenvolvimento da memória muscular e aperfeiçoamento de precisão do tiro. Diferente da competição convencional, nas disputas de paratletas todos os atiradores competem sentados.

Ela sofreu um acidente de moto que resultou na perda de sua perna esquerda há 16 anos. Luci havia entrado para a corporação havia pouco mais de um ano e tinha plano de ascender ao cargo de oficial. Ela mudou os rumos três meses após a alta hospitalar, quando começou a praticar natação, inicialmente para melhorar as condições de saúde, mas em pouco tempo já estava participando de competições e ganhando medalhas. Ela também chegou a praticar paracanoagem.

Em 2022, Luci buscou uma atividade esportiva que combinasse mais com sua rotina de mãe e se identificou com a modalidade do tiro esportivo. “Desde que iniciei nessa modalidade tenho percebido que estou cada vez mais dedicada aos treinos, sempre buscando uma nova premiação e focando nas Paraolimpíadas”, disse. Além de participar do Campeonato Brasileiro, ela foi convidada a participar da primeira apresentação de paratletas no Mundial Militar, que ocorrerá no Rio de Janeiro, com a participação de diferentes forças de segurança.

Policial militar desde 1982, o sargento Stein atuava na companhia rodoviária da região de Mauá da Serra. Em 2006, na véspera do plantão, sofreu um acidente de carro, ocasionando a perda da perna direita. “Atendi inúmeros acidentes e nunca imaginei que pudesse passar por um”, conta.

Diferente da soldado Luci, o sargento Stein voltou às atividades em 2008 e se aposentou em 2016. Eles se conheceram enquanto aguardavam uma consulta médica, ficaram amigos e, à convite da soldado, Stein se animou a praticar natação e mais recentemente tiro. “O esporte, a família e a religião são o que me dão suporte. E minha ‘inimiga’ de estande, Luci, também”, brinca. Atualmente, eles militares competem em modalidades individuais, sendo adversários entre si em algumas provas.

Para o tiro esportivo de ar podem ser utilizadas a carabina ou a pistola, com munição de chumbinho. A prova é disputada nas categorias feminino, masculino ou misto e de forma individual ou dupla. As regras variam de acordo com a prova, a distância, o tipo do alvo, a posição de tiro, o número de disparos e o tempo para atirar. O alvo tem 10 circunferências de diferentes pontuações e o círculo do meio, o menor de todos, vale 10 pontos. 



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