terça-feira, maio 13, 2025
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BIG Citrus: ação da Adapar foca na prevenção do Greening, principal doença dos cítricos


A defesa da citricultura paranaense ganhou um reforço nesta semana com a ampliação da Operação BIG Citros, que tem como objetivo Baixar a Incidência de Greening, a principal doença que atinge atualmente os citros no mundo. Quarenta servidores da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) deslocaram-se de diversas regiões do Estado para atuar em municípios das regionais de Cornélio Procópio e Londrina,no Norte do Paraná. O trabalho começou segunda-feira (12) e se estende até sexta-feira (16).

“As atividades visam à conscientização, fiscalização e reforço nas medidas de prevenção e controle do greening”, destacou a coordenadora do programa de Citricultura da Adapar, Caroline Garbuio. Segundo ela, os fiscais já fizeram um levantamento prévio, que resultou em um mapa onde estão identificados focos da doença nessa região, que está entre as maiores produtoras do Estado.

“O controle dessa doença somente é eficaz se for feito de forma conjunta, pois o inseto voa de uma propriedade para outra, por isso precisamos do apoio de todas as esferas públicas, das cooperativas, industriais, produtores e da sociedade como um todo para proteger a citricultura, que é uma das riquezas do Paraná”, continuou Garbuio. Além dos servidores da Adapar, o Estado também está presente por meio da Polícia Militar, que deu apoio ao trabalho. A operação conta ainda com ajuda das prefeituras e da Cooperativa Agroindustrial Integrada.

A estratégia adotada pela Adapar respeita as legislações Federal e Estadual que disciplinam a fitossanidade dos citros. Dessa forma, as plantas hospedeiras com até 8 anos de idade que apresentam sintomas da doença estão sendo obrigatoriamente cortadas, assim como aquelas que ficam em um raio de 4 quilômetros de propriedades comerciais. Todos os produtores da região precisam apresentar plano de manejo efetivo do vetor.

O trabalho está sendo realizado em pomares comerciais e em propriedades rurais e urbanas com frutas para consumo familiar. As casas que possuem a murta, uma planta ornamental, também são visitadas, porque a legislação possibilita o corte, visto serem hospedeiras do inseto vetor da doença, ainda que não apresentem nenhum sintoma.

A força-tarefa será realizada nesta semana, mas a proteção da citricultura não terá término. Os fiscais da região terão essa atividade de fiscalização como mais uma de suas prioridades. Ali será replicada a estratégia que foi adotada na região Noroeste, particularmente em torno de Paranavaí, onde a força-tarefa foi implantada durante uma semana em 2023 e desde então têm sido eliminadas as plantas que apresentam sintomas do greening.

O greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing), tem potencial para inviabilizar a citricultura do Paraná e do Brasil, com forte impacto nas economias regionais. É uma doença que ainda não tem cura conhecida, razão pela qual o corte de árvores infectadas foi definido como uma das soluções para controle. Preventivamente, a primeira recomendação é a compra de mudas de fornecedores autorizados e nunca de vendedores ambulantes.

Durante o trabalho em Uraí, a equipe flagrou um caminhão carregado de mudas de diversas espécies vegetais, entre elas 40 de frutas cítricas. Esse comércio ambulante é proibido no Estado, em razão do desconhecimento da procedência e de não haver nenhum controle fitossanitário. A legislação determina emissão de auto de infração e destruição das mudas, o que foi realizado.

O HLB é transmitido pelo psilídeo asiático dos citros Diaphorina citri Kuwayama. As plantas afetadas apresentam queda prematura dos frutos, que resulta em menor produção. Os frutos também ficam menores, deformados, podendo apresentar sementes abortadas, açúcares reduzidos e acidez elevada, o que deprecia o sabor, e diminui a qualidade e o valor comercial tanto para consumo in natura como para processamento industrial.

As plantas infectadas apresentam inicialmente folhas com manchas amarelas ou inteiramente amareladas, que pode se estender por toda a copa. A senescência pode levar à morte precoce, reduzindo de forma significativa a vida útil dos pomares. Como auxílio no combate da doença e na salvação da citricultura, o Paraná está sob decreto de situação de emergência fitossanitária para a doença desde setembro de 2023.

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO – A citricultura é o ramo mais representativo na fruticultura paranaense. Dados do Valor Bruto da Produção (VBP) de 2023, levantado pelo Deral, apontam que os principais citros – laranja, tangerina e limão – foram cultivados em 29,3 mil hectares no Estado. A laranja é o destaque, com 20,8 mil hectares, seguida da tangerina (7,1 mil hectares) e limão (1,3 mil hectares).

Os citros tiveram produção de 860,9 mil toneladas – 731,6 mil de laranjas, 94,4 mil de tangerinas e 34,7 mil de limões. Em rendimento monetário, a laranja foi responsável por R$ 751,9 milhões, as tangerinas tiveram VBP de R$ 177,4 milhões, enquanto os limões foram valorados em R$ 55,9 milhões.

No Núcleo de Cornélio Procópio foram colhidas 76.620 toneladas de citros em 2.550 hectares em 2023, que renderam R$ 81,8 milhões em VBP. No Núcleo de Londrina foram colhidas 14.240 toneladas de citros em 423 hectares, que renderam R$ 15 milhões em VBP.

A operação BIG Citros é realizada em Assaí,  Bandeirantes, Congonhinhas, Cornélio Procópio, Jataizinho, Londrina, Nova América da Colina, Nova Santa Bárbara, Rancho Alegre, Ribeirão do Pinhal, Santa Cecília do Pavão, Santa Amélia, Santa Mariana, Santo Antonio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São Sebastião da Amoreira, Tamarana e Uraí.



Via AEN Pr

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