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Casa Branca diz que perdão de Biden a filho ocorreu por temor de nova perseguição


A Casa Branca disse nesta segunda-feira (2) que o presidente Joe Biden perdoou seu filho, Hunter, em parte devido à preocupação de que seus oponentes políticos continuariam a persegui-lo no futuro, inclusive depois que o presidente deixasse o Salão Oval.

O democrata Biden, cujo mandato termina em 20 de janeiro, quando o presidente eleito Donald Trump assumirá o cargo, assinou um perdão incondicional para Hunter Biden no domingo (1º).

Ele disse acreditar que seu filho havia sido processado seletiva e injustamente”, dizendo que “Hunter foi tratado de forma diferente” de pessoas que cometem crimes semelhantes.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, defendeu a ação do presidente nesta segunda-feira e disse que Biden acredita que Hunter seria alvo de mais aflições impostas por seus adversários, sem nomeá-los.

Jean-Pierre estava entre as autoridades da Casa Branca que haviam dito repetidamente no passado que Biden não perdoaria seu filho.

“Um dos motivos pelos quais o presidente concedeu o indulto foi porque não parecia que seus oponentes políticos iriam deixar isso de lado. Não parecia que eles iriam seguir em frente”, disse a repórteres no Air Force One durante uma viagem a Angola. “Eles continuariam a perseguir seu filho. Era nisso que ele acreditava.”

Jean-Pierre enfatizou que essa não foi a primeira vez que um presidente perdoou um integrante da família. Bill Clinton perdoou seu meio-irmão Roger antes de deixar o cargo, e Trump perdoou o sogro de sua filha, Charles Kushner.

Ela afirmou que Biden acreditava no Departamento de Justiça, apesar de sua declaração de que o processo de seu filho no sistema judicial foi “infectado por política”.

“Duas coisas podem ser verdadeiras: o presidente acredita no sistema de justiça e no Departamento de Justiça, e ele também acredita que seu filho foi alvo de discriminação política”, disse.

Ela se recusou a dar mais detalhes sobre por que ou como Biden mudou de ideia, ou se a recente eleição que colocou os republicanos no comando da Casa Branca e de ambos os ramos do Congresso teve algum papel na decisão.

Os republicanos, em sua maioria, criticaram a decisão de Biden, acusando-o de corrupção, enquanto parlamentares democratas se dividiram, com alguns sugerindo que ele colocou a família acima do país, e outros apontando os indicados de Trump para cargos judiciais como justificativa.

Biden disse no domingo que seus oponentes políticos no Congresso “instigaram” as acusações “para me atacar e se opor à minha eleição”.

O líder americano afirmou no passado que não perdoaria seu filho. Em entrevista à emissora ABC News em junho, quando lhe perguntaram se descartaria um perdão, ele respondeu “sim”.

Hunter foi processado por crimes fiscais e denúncias relacionadas ao porte de arma, após os republicanos no Congresso passarem anos acusando-o de fazer negócios usando o nome de seu pai, sem conseguir estabelecer uma conexão clara.

Ele se declarou culpado em setembro de acusações de impostos federais no tribunal federal de Los Angeles e receberia a sentença em 16 de dezembro por Mark C. Scarsi, um juiz indicado pelo presidente eleito Donald Trump.

Um júri o considerou culpado em junho por fazer declarações falsas em uma verificação de antecedentes de armas. Ele receberia a sentença por essas acusações também neste mês.

No domingo, o advogado de Hunter Biden entrou com um pedido para arquivamento das acusações.

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Via CNN

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