A Ceasa do Paraná participa da nova parceria entre a Associação Brasileiras das Centrais de Abastecimento (Abracen) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que tem como objetivo somar esforços para modernizar os mercados atacadistas e buscar soluções concretas para garantir o abastecimento alimentar do País.

A Abracen é uma organização de defesa dos interesses das empresas que gerenciam mercados atacadistas de alimentos no Brasil. Conta com 23 Ceasas filiadas – incluindo a Ceasa Paraná – cujos entrepostos operam 10 mil empresas distribuídas em mais de 60 unidades. Ela trabalha, principalmente, para otimizar os serviços prestados pelas Ceasas, divulgar e promover o mercado hortigranjeiro e incentivar uma alimentação mais saudável por meio do consumo de frutas, legumes e verduras.

O documento foi assinado pelo representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, e o presidente da Ceasa Paraná, Eder Eduardo Bublitz, que também preside a Abracen. “Assinamos um protocolo de intenções buscando modernizar os nossos mercados, levar ainda mais segurança alimentar para a população e reduzir desperdícios”, ressaltou.

O documento prevê a realização de ações que promovam boas práticas, processos de comercialização inclusivos com a participação da agricultura familiar, transparência de mercados, informações aos consumidores, além de estratégias multissetoriais para o fornecimento de alimentos, tendo como meta o desenvolvimento econômico e social.

A FAO é o organismo da ONU responsável por promover a alimentação, agricultura e erradicar a fome e todas as formas de má nutrição. A instituição atua no desenvolvimento de estudos, pesquisas e cooperação técnica com mercados atacadistas de diversos países da América Latina.

BANCO DE ALIMENTOS – Uma importante iniciativa do Estado voltada à segurança alimentar e nutricional é o projeto Banco de Alimentos Comida Boa, da Ceasa Paraná – vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A iniciativa coleta alimentos não comercializados pelos atacadistas e produtores rurais, mas em boas condições de consumo, e repassa para creches, orfanatos, hospitais públicos, entre outras instituições.

O projeto abrange as cinco unidades da Ceasa no Estado: Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, e Cascavel. Em 2022 foram arrecadadas, processadas e distribuídas 4,86 mil toneladas de hortigranjeiros para 330 entidades assistenciais em todo o Estado. Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram atendidas.

O presidente da Ceasa Paraná destaca que o trabalho envolve detentos, que se dedicam ao processamento, o que ajuda na remição de pena e no aprendizado de uma nova profissão. Segundo ele, entre os que se dedicaram à tarefa nas Ceasas e deixaram o sistema prisional, 68% estão com carteira de trabalho assinada.

O Banco de Alimentos Comida Boa também atende diretamente 13 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em consonância com as metas para elevar a qualidade de vida da população em situação de vulnerabilidade social. Entre eles, estão acabar com a fome e a pobreza, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável, assegurar a educação inclusiva e oportunidades de aprendizagem, reduzir desigualdades, entre outros.

SEGURANÇA ALIMENTAR – O Governo do Estado, por meio do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Desan), também conta com outras iniciativas voltadas à segurança alimentar da população paranaense.

Um dos destaques é o Compra Direta Paraná. Criado na pandemia do coronavírus, o programa beneficia quase mil entidades filantrópicas nos 399 municípios paranaenses. Em 2022, 309 mil beneficiários da rede socioassistencial e 1 mil agricultores foram atendidos. O Estado investiu R$ 85,1 milhões entre 2020 e 2022, beneficiando 163 cooperativas e associações envolvidas no processo de produção e distribuição de alimentos.

Outro exemplo é o Leite das Crianças, que ajuda a combater a desnutrição infantil por meio da distribuição gratuita e diária de um litro de leite enriquecido com vitaminas e sais minerais às crianças de seis a 36 meses, além de fomentar a cadeia produtiva do leite. Entre 2019 e 2022, o programa beneficiou, em média, 107,7 mil crianças, o que representou investimento de R$ 481,9 milhões.

Há também convênios com prefeituras referentes a Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional, entre eles Hortas Urbanas e Periurbanas, Restaurantes Populares, Cozinhas e Panificadoras Comunitárias, Centrais de Abastecimento, Bancos de Alimentos e Feiras Livres. Em 2022 foram contratados 75 novos equipamentos pelo Estado.



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