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Censo aponta queda na taxa de analfabetismo de indígenas no Paraná na última década


A taxa de analfabetismo entre pessoas indígenas caiu nos últimos anos no Paraná. De acordo com os dados do Censo divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (4), a proporção de indígenas que não sabiam ler e escrever no Estado em 2022 era de 11,85%, cinco pontos percentuais a menos do que o registrado em 2010, quando o índice era de 17,05%.

Em números gerais, considerando as pessoas de todas as etnias, o Paraná registrou no Censo de 2022 uma taxa de analfabetismo de 4,3%, a sexta mais baixa do Brasil.

Em números absolutos, a pesquisa apontou que em 2022 o Paraná tinha 19.848 indígenas alfabetizados e 2.669 indígenas não alfabetizados. Em 2010, eram 15.451 pessoas indígenas alfabetizadas e 3.177 não alfabetizadas. Os números do IBGE para este levantamento consideram apenas pessoas com 15 anos ou mais.

A população indígena representa 0,27% de todos os habitantes do Paraná. Somando as pessoas de todas as idades, são 30.460 indígenas autodeclarados no Estado. Com isso, o Paraná tem a 14ª maior população indígena do Brasil.

O Paraná também segue com índices de alfabetização melhores do que a média nacional. Em todo o Brasil, a taxa de analfabetismo de indígenas em 2022 era de 15,05%, segundo o IBGE. Em 2010, a média nacional era de 23,39%.

FAIXA ETÁRIA – Os índices de analfabetismo indígena variam bastante de acordo com a faixa etária. Quanto mais jovem o público, menor é o índice. Entre os indígenas de 15 a 19 anos, por exemplo, a taxa de analfabetismo no Paraná é de apenas 1,73%. Entre as pessoas que têm de 20 a 24 anos, o índice é de 2,52%, e entre o público de 25 a 34 anos, a proporção é de 4,18%. Para os indígenas com 35 anos ou mais, a taxa é de 19,71%.

Os índices paranaenses estão abaixo da média nacional em todas as faixas etárias. No Brasil, a proporção de indígenas que não sabem ler e escrever de 15 a 19 anos é de 5,53%. Entre as pessoas indígenas de 20 a 24 anos é de 5,52%, e de 25 a 34 anos é de 6,71%. Entre as pessoas com 35 anos ou mais, a proporção nacional é de 23,07%.

Os números registrados, principalmente entre os mais jovens, mostram o impacto da estrutura de educação do Estado. A rede estadual de ensino do Paraná conta com 40 escolas indígenas, inscritas em suas terras e culturas, contemplando mais de 5 mil estudantes das etnias Kaingang, Guarani, Xokleng e Xetá.

Essas instituições de ensino são atendidas por mais de 370 professores e têm normas, pedagogia e funcionamento próprios, respeitando a especificidade étnico-cultural de cada povo. Os estudantes têm direito a ensino intercultural e bilíngue (aulas da língua indígena e português) desde o início de sua jornada, visando à valorização da diversidade.

LOCALIZAÇÃO DO DOMICÍLIO – O Censo ainda mostra que índices mudam de acordo com a localização dos domicílios dos indígenas. Para aqueles indígenas paranaenses que residem fora das terras demarcadas, a taxa de analfabetismo era de 12,46%. Já dentro das terras indígenas, o índice era de 25,45%. Em todo o Brasil, o analfabetismo de indígenas fora das áreas demarcadas era de 14,5% e dentro delas era de 32,30%.

Segundo o Censo, 13.893 pessoas moram em terras de demarcação no Paraná e 16.573 moram fora de regiões demarcadas. A maior área de demarcação é a região do Rio das Cobras, na região Centro-Sul do Estado, com 3.102 pessoas.

Os dados completos de alfabetização indígena do Censo de 2022 podem ser conferidos no banco de estatísticas do IBGE neste link.



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