A desigualdade de gênero provoca muitos impactos, especialmente nas mulheres. E de muitas formas: social, econômico e também físico e psicológico. Agora, uma pesquisa internacional realizada em parceria com a Universidade Federal de São Paulo e a Universidade de São Paulo comprova que as mulheres que vivem em países com pouca representatividade feminina têm o cérebro afetado.

O estudo analisou 7.876 exames de ressonância magnética em pessoas entre 18 e 40 anos de 79 países. Quando as imagens são comparadas, houve diferença em algumas regiões responsáveis, por exemplo, pelo processamento da memória, pela análise de emoções e regulação de sentimentos, medo e ansiedade.

Com esses dados, foi possível constatar as diferenças na estrutura do cérebro de mulheres em condições de vida menos favoráveis. Mas somente estudos futuros poderão mostrar como isso afeta concretamente a vida delas. É o que explica o psiquiatra Pedro Rosa, que participou da pesquisa. Para ele, ainda não se pode comprovar uma relação de causa e efeito.

Esse estudo, segundo o psiquiatra, inaugura essa primeira fase de maneira contundente. Agora é partir para outras respostas: o que causa isso, quais as consequências e outras variáveis.

* Com produção de Renato Lima.



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