O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) promoveu, entre os dias 5 e 7, a III Semana Frutifica Paraná, na Estação de Pesquisa da Lapa, Região Metropolitana de Curitiba. O evento reuniu mais de 700 estudantes de cursos técnicos e superiores vindos de diversas cidades do estado, como Lapa, Pinhais, Ivaiporã, Ponta Grossa e Curitiba.

A Semana Frutifica é uma oportunidade de aproximar estudantes do campo com as práticas e inovações da pesquisa agrícola. “Neste terceiro encontro, recebemos exclusivamente alunos de colégios agrícolas e cursos de agronomia ou áreas afins, proporcionando uma vivência prática que eles poderão levar para a sala de aula e, no futuro, para suas carreiras,” afirma Clandio Medeiros da Silva, coordenador estadual de Fruticultura e pesquisador do IDR-Paraná.

De acordo com Clandio, um dos principais desafios da fruticultura atualmente é a mão de obra. “Como estamos trabalhando com um público que vem de uma propriedade agrícola, se estimularmos que cultivem uma determinada frutífera estaremos estimulando também que fiquem na propriedade rural. Isso é um grande incentivo para que não haja uma evasão”, disse.

“Cada estação que a gente passou aqui, independente da chuva no começo, foi boa, porque conseguimos aprender coisas que não teremos tempo para aprender em sala de aula”, comentou o aluno João Pedro Marçal Inocêncio, do curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal do Paraná de Ivaiporã, no Vale do Ivaí. “O que achei mais interessante foi a questão das horas/frio. Eu já tinha uma noção básica e pude me aprofundar na questão das ameixas, nectarinas e pêssegos”.

AGROINDÚSTRIA GANHA DESTAQUE – Além dos circuitos dedicados ao cultivo de diferentes culturas, de uva, maçã, pera, frutas vermelhas e frutas de caroço, o evento incluiu a agroindústria, abordando formas de agregar valor à produção. “Na comercialização da fruta in natura é comum que algumas frutas tenham um padrão comercial um pouco menor. No entanto, você também pode agregar valor ao cultivar variedades específicas para o processamento, que são mais produtivas em volume e, muitas vezes, oferecem maior rentabilidade para o agricultor”, explicou Laís Gomes Adamuchio, coordenadora regional de projetos do IDR-Paraná.

A oficina também explorou temas como boas práticas na agroindústria, estrutura para regularização, embalagens e técnicas para ampliar a durabilidade dos produtos, contribuindo para a redução de desperdícios. “Queremos incentivar o cultivo voltado ao processamento e ao turismo rural, que tem grande potencial, especialmente em uma cidade como Curitiba que concentra um terço da população do estado,” acrescentou Laís.

QUIZ INTERATIVO – Outro destaque do evento foi a realização de quizes interativos ao fim do circuito de oficinas para incentivar a participação e o aprendizado dos estudantes. Segundo Laís, o quiz foi uma forma divertida de garantir o envolvimento dos alunos e fixar o conteúdo abordado nas palestras. “Essa atividade torna o evento mais dinâmico e estimula a integração entre os participantes e as instituições”.

Para Alanis Gonçalves Popp, estudante do Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a dinâmica de competição colaborou para um aprendizado mais significativo. “A competição nos motivou a prestar mais atenção e proporcionou uma experiência diferente. Tem tanta coisa que às vezes a gente acaba esquecendo, mas consegui fixar melhor, como as variedades de uva que servem pra vinho de mesa e outras que servem mais pra vinhos informais”, explicou.

A Semana Frutifica Paraná contou com a parceria da Fetaep (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e Ceasa/PR (Centrais de Abastecimento do Paraná).



Via AEN