A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça medidas de prevenção às meningites, que já acometeram 857 pessoas e ocasionaram 72 óbitos desde o início do ano. Apesar de ainda ser motivo de preocupação no Paraná, o número de 2024 – até à semana epidemiológica 39 (21/12/23 a 28/09/24) –, é 27% menor do que o registrado no mesmo período de 2023, com 1.173 casos confirmados e 73 óbitos. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net). De 2019 até 2023, ocorreram 6.402 casos e 429 óbitos.

Os óbitos registrados em 2024 ocorreram entre 11 de janeiro e 26 de setembro em municípios pertencentes a 16 Regionais de Saúde. Do total de mortes, nove foram em crianças de até 5 anos e as demais, dos 6 aos 85 anos.

O Dia Mundial de Combate às Meningites, neste sábado, tem como objetivo oportunizar a conscientização sobre a doença, considerada um problema de saúde pública devido à gravidade, em decorrência do seu potencial epidêmico, como, por exemplo, o meningococo e risco de morte. É considerada endêmica pois ocorre ao longo de todo o ano, sendo as meningites bacterianas mais comuns no outono-inverno e as virais na primavera-verão.

A doença atinge as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal e pode ser ocasionada por diferentes agentes etiológicos como vírus, bactérias, fungos e parasitas, afetando pessoas de todas as idades, mas, principalmente as crianças. A meningite é de notificação compulsória, sendo necessárias a busca ativa e investigação de casos e surtos para o seu monitoramento.

Países de todo o mundo se comprometeram a realizar “O roteiro global para derrotar a meningite até 2030”, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) na qual o Paraná também está inserido. “Acompanhamos o cenário e no Paraná nosso trabalho se reflete nessa redução de casos e mortes”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

PREVENÇÃO – Dentre as medidas de prevenção contra as doenças imunopreveníveis, a mais eficaz é a vacinação. O Calendário Nacional dispõe de 19 imunizantes para crianças de até 2 anos, que podem ser encontradas nos postos de vacinação e Unidades de Saúde de todo o Estado. Destas, cinco servem de escudo para a doença e agem em várias frentes, já que a meningite pode ser causada por diferentes agentes infecciosos.

A primeira vacina contra meningite que deve ser aplicada é a BCG, no recém-nascido. Já as vacinas meningocócicas são administradas em crianças, aos 3 e 5 meses de idade com reforço aos 12 meses, e na adolescência, dos 11 aos 14 anos. A vacina pentavalente é indicada aos 2, 4 e 6 meses. A Pneumo 10 é aplicada aos 2 e 4 meses e com reforço aos 12 meses.

No Estado, a cobertura vacinal das crianças menores de 2 anos da vacina meningo C é de 96,98%, da Penta 89,58% e da Pneumo 10, 86,63%.

É importante também a manutenção de ambientes ventilados, medidas de higiene e lavagem das mãos, cuidados com a preparação dos alimentos, evitar aglomerações em locais com ventilação restrita, usar etiqueta respiratória, isto é, cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar, e não compartilhar copos, talheres, alimentos e outros objetos.

SINTOMAS – Os sintomas mais comuns da doença, são a febre, cefaléia e vômito. Podendo ocorrer rigidez de nuca, convulsões e aparecimentos de “manchas” na pele (petéquias). Os bebês podem apresentar hipotermia, irritabilidade, choro frequente e recusa alimentar.

“É importante sensibilizar a população e profissionais de saúde com informações de educação em saúde sobre a doença, visando auxiliar na sua prevenção e detecção, oportunizando assim a realização de medidas que busquem reduzir o impacto da doença”, afirma Maria Goretti David Lopes, diretora de Atenção e Vigilância da Sesa.



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