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‘De alma leve e corpo quente’, São Clemente faz ensaio contagiante e sem erros


A São Clemente iniciou o seu treino esbanjando irreverência e animação pela Marquês de Sapucaí. A bateria, o primeiro casal e o samba-enredo foram alguns dos destaques da apresentação da escola, que demonstrou ser mais uma forte candidata ao título do grupo. Com o enredo “O achamento do velho mundo”, a escola do bairro de Botafogo será a última a desfilar na sexta-feira de carnaval, pela Série Ouro. O ensaio técnico durou 53 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

  • LEIA AQUI: ANÁLISE DA BATERIA NO ENSAIO

Harmonia

A comunidade da São Clemente mostrou na avenida toda a sua empolgação com o hino da escola para o carnaval 2023. No geral, os componentes clementianos apresentaram uma harmonia correta, mas que ainda pode melhorar a intensidade do canto. Durante o desfile, a primeira ala e a Ala Da Paz foram algumas das que mais cantaram o samba. A alas das baianas passou com alegria e energia, vestidas com uma camisa listrada nas cores da escola, saia branca e lenço branco com uma fita amarela na cabeça.

“Se tudo ajudar a gente em busca do lugar que nunca deveríamos ter saído que é o Grupo Especial. A São Clemente está com muita garra. Nosso presidente incansável. O que esse cara faz pela escola, sem dinheiro, sem nada, faz evento, faz tudo. A São Clemente é isso: é alegria, e irreverência, é o povo, é o carnaval. Eu gosto muito do samba todo. Mas é o refrão que é bem carioca. ‘Quando o tambor tocar, quebra até o chão’ é bem carioca, é bem povão. O povo que vai estar na arquibancada quer alegria, mais nada”, afirmou o intérprete Leozinho Nunes.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alex Marcelino e Raphaela Caboclo, desenvolveu sua coreografia ao longo dos 2 minutos de exibição em frente ao módulo de jurados. A dança do casal estava bem sintonizada entre olhares e movimentos de ambos, que sorriam e cantavam o samba a todo tempo. No trecho: “Foi Tupã quem mandou remar pro lado de lá”, o casal fazia junto uma alusão a um movimento de uma remada. Os dois passaram com muita leveza, sem cometer erros durante o ensaio.

“É um ensaio, óbvio que nós temos que fazer tudo para acertar, porém o erro aqui é válido. Daqui a 15 dias, não podemos errar. Na minha avaliação, foi muito bom, pode ficar melhor. A gente se exige muito. Em análise, por cima, foi muito bom. Um adendo, a gente veio atrás de uma Comissão de Frente com muita garra, muito explosiva. A energia que vem deles passava para nós. Óbvio que a gente tinha a nossa energia, mas o que vinha deles somava com a nossa e deixava mais para o alto. Nós ficamos muito feliz com o trabalho do Lucas [Maciel] e seus bailarinos”, disse o mestre-sala.

“Ratificando o que o Alex falou, a gente sempre acha que pode ser muito melhor. O saldo foi, sim, positivo. Conseguimos testar tudo que viemos ensaiando ao longo desses meses. A tendência, se hoje já foi bom, no desfile vai ser melhor ainda, porque nós vamos massacrar em cima do que a gente achou que pode ser melhor. No geral, estou muito feliz. Eu gostei mais da energia. A São Clemente sabe que é um escola irreverente, mas também é uma escola familiar, todos levam mãe, pai, tia; olha própria direção da escola. E a energia que senti hoje, particularmente, foi incrível! As pessoas vibrando desde a concentração. Aquele componente com mais idade que dá para ver que está mais cansado, mas vibrando e cantando. Eu estou muito feliz mesmo! A gente vai analisar os vídeos depois, mas a nossa percepção é que alguma coisa pode melhorar. A gente tem que testar mesmo. Eu não sou fã de fazer suspense, se é para mostrar, vamos mostrar mesmo, vamos testar, vê o tempo, o espaço. Que outra oportunidade nós temos de fazer esse deslocamento simulando o desfile? Só o ensaio técnico”, completou a porta-bandeira.

Samba-Enredo

A escola da Zona Sul teve um bom desempenho na avenida com o seu samba-enredo. Os componentes da São Clemente cantaram a obra com bastante vigor. Os dois refrões do samba foram bem cantados pela comunidade da escola, sobretudo o refrão principal: “Quando o tambor tocar…”. O carro de som, comandado por Leozinho Nunes, realizou uma apresentação muito segura durante todo o ensaio, transmitindo a emoção que a obra pede. A parceria dos autores do samba é composta por Marcelo Adnet, André Carvalho, Baby do Cavaco, Gabriel Machado, Fabiano Paiva, Gustavo Albuquerque, Hamilton Fofão, Luizinho do Méier e Pedro Machado.

Evolução

A evolução da agremiação preta e amarela fluiu corretamente, sem apresentar correria, buracos ou lentidão excessiva. Os componentes da São Clemente desfilaram de forma compacta, sem contratempos. Deu pra notar a felicidade das pessoas ao longo do ensaio. Várias delas traziam adereços de mão, como bandeiras, fitas e bexigas, causando um belo efeito na passarela. A ala que trazia os componentes utilizando máscaras de onças foi a única coreografada de fato.

Comissão de Frente

A comissão de frente veio com 13 homens e uma mulher, vestidos como indígenas estilizados. O grupo apresentou uma coreografia bem humorada, com passos de funk e totalmente ligada à letra do samba. Eles, estavam de óculos, sem camisa, com uma pintura corporal, de cocar e bermuda amarela. Ela vestia um body preto, com um tecido amarelo amarrado na cintura, além de também utilizar o cocar amarelo. Os homens ainda carregavam pranchas de surf, que em determinado momento da dança formavam o nome da escola: “São Clemente”.

Outros Destaques

A passagem da bateria foi mais um ponto alto ao longo do treino da Sao Clemente. Os ritmistas, sob o comando de mestre Caliquinho, executaram as duas bossas com perfeição ao longo da avenida, levantando o público que ainda resistia na Sapucaí. A rainha Raphaela Gomes veio com uma fantasia inspirada no pavilhão da escola e mostrou todo o seu samba no pé à frente da Fiel Bateria.

“O ensaio de hoje saiu como estávamos esperando. A São Clemente veio quietinha ao longo do ano, mas hoje fizemos um ensaio para mostrar que viemos fortes. Afinal de contas, somos uma escola que ficou 12 anos no especial e isso não é pouca coisa. Falando do que eu vi, que foi a bateria, tudo certinho hoje. Nada para ser corrigido não. Gostei de ver meus ritmistas conscientes e também se divertindo na avenida, até porque, eu falo que a bateria é para isso mesmo, ela tem que entrar leve e divertindo. Bateria é alegria do início ao fim”, disse Caliquinho, mestre de bateria da São Clemente.

Durante o esquenta, foi cantado o hino da escola e o samba de 2015, que homenageou o carnavalesco Fernando Pamplona. O treino, que começou às 00h41, foi concluído às 1h34 da manhã de domingo, encerrando em grande estilo a temporada de ensaios técnicos da Série Ouro para o carnaval de 2023.

Colaboraram Augusto Werneck, Matheus Vinícius e Walter Farias





Via R7.com

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