O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico será comemorado neste sábado, 8 de julho, data importante para se lembrar sobre a relevância dos pesquisadores científicos para os avanços da sociedade, da saúde e do bem-estar da população. Para o diretor-presidente do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater), Natalino Avance de Souza, o trabalho desses profissionais tem sido fundamental para posicionar o Brasil no rol dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo.
Dentre os resultados da pesquisa, Souza destaca as cultivares mais produtivas e adaptadas, o aprimoramento do manejo conservacionista dos solos e o maior conhecimento dos fenômenos climáticos, que possibilitam seu monitoramento. “Esses e inúmeros outros avanços possibilitam uma agricultura mais eficiente, sustentável e produtiva”, afirmou Souza.
No melhoramento genético vegetal, por exemplo, pesquisadores do IDR-Paraná desenvolveram nas últimas décadas mais de 220 novas opções de feijão, trigo, café, milho, arroz, batata, forrageiras, frutas de clima temperado e tropical, mandioca e plantas para adubação verde e cobertura do solo. “São entregas que possibilitaram aumento da produtividade, redução de danos ambientais e maior oferta de alimentos à população”, destaca.
A conquista mais recente é o milho branco IPR W225, que está em fase final de preparação e de trâmites legais para lançamento ainda este ano, adianta Souza. O IDR-Paraná começou a atuar no melhoramento de milho branco — cultura de nicho destinada à produção de canjica, fubá e farinha biju — ainda na década de 1990, por demanda de produtores e pequenas indústrias do Centro-Sul do Estado que buscavam uma cultivar de bom desempenho no campo e que produzisse grãos com bons atributos culinários.
Outro exemplo citado pelo diretor são os estudos que possibilitaram manejar o cancro cítrico e viabilizar a inserção do Paraná no mapa da produção nacional e internacional de frutas cítricas. “Hoje, a cadeia produtiva paranaense é a terceira maior do Brasil, mas outra doença importante, o greening, desafia os pesquisadores que se dedicam à ciência e tecnologia nessa área do conhecimento”, afirma ele.
O diretor destaca também o pioneirismo dos pesquisadores paranaenses em estudos sobre plantio direto, iniciados ainda na década de 1980; o desenvolvimento da raça de bovino para corte Purunã, a primeira no Brasil formulada em um centro estadual de pesquisa; e, ainda, o desenvolvimento de cultivares de maçã apropriadas para regiões de inverno ameno, hoje cultivadas em todos os Estados do Sul do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
“É essencial reconhecer a dedicação e o trabalho dos pesquisadores nisso que vem sendo uma verdadeira revolução no meio rural paranaense e brasileiro”, acrescenta.
A DATA – O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico foi criado por meio de duas leis, sancionadas em datas diferentes. Em 2001, por meio da Lei n. 10.221/2001, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou o Dia Nacional da Ciência, com o objetivo de comemorar essa data em todos os estabelecimentos educacionais do país.
Alguns anos depois, em 2008, o ex-vice-presidente José de Alencar, por meio da Lei n. 11.807/2008, sancionou o Dia Nacional do Pesquisador. Ambas são celebradas no dia 8 de julho. Dessa forma, uniram-se as comemorações e a data passou a ser conhecida como o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico.