Apesar da oscilação entre dias frios e quentes, o mês de junho inicia a estação mais gelada do ano. Nesta mesma época muitas pessoas mudam a rotina alimentar para se manterem aquecidas. Habitualmente, a população diminui o consumo de alimentos que são fundamentais para a proteção e nutrição do organismo, caso dos legumes, verduras e frutas, além da redução da ingestão de água que ocorre nos dias frios.
Elaine Cristina Vieira, nutricionista e coordenadora de Promoção da Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), lembra que o sistema imunológico do corpo humano funciona a partir de uma série de reações que dependem dos nutrientes ingeridos por meio de alimentos de qualidade. Ela enfatiza que é importante manter hábitos saudáveis a partir do consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, como as hortaliças, legumes, frutas, além de arroz, feijão, grãos integrais, carnes magras, ovos, batata e mandioca.
Neste período, observa a Elaine, pode aumentar a busca por alimentos ultraprocessados, como os instantâneos e prontos para o consumo, afetando a qualidade global da alimentação e impactando no estado nutricional da população. “Os ultraprocessados são essencialmente ricos em sal, gorduras e açúcares, além de apresentarem aditivos e outros compostos sintéticos em sua composição. O consumo como parte da rotina alimentar favorece o desenvolvimento de doenças, como o câncer, doenças do coração, diabetes, obesidade, além de aumentar o risco de deficiências nutricionais”. A recomendação é evitar esses alimentos, conforme orienta o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.
Com as temperaturas mais baixas também é comum optar por consumir mais caldos e sopas. Além de aquecer o corpo, eles ajudam na hidratação, já que contém uma boa quantidade de água. A recomendação é evitar as sopas industrializadas (em pó, “de pacote”, enlatadas, ou que contenham macarrão instantâneo), já que são ricas em sódio, gorduras e conservantes.
O preparo de caldos e sopas deve ser com uso de legumes e verduras, cereais e tubérculos, temperos naturais, com pouca adição de óleos, gorduras e sal. Dessa forma, é possível criar preparações mais saborosas e variadas, além de nutritivas.
HIDRATAÇÃO – Manter-se bem hidratado, mesmo em dias frios, é crucial. A recomendação é priorizar o consumo de água pura, ou “temperada” com rodelas de limão ou folhas de hortelã, por exemplo. Também é parte da nossa cultura alimentar o consumo de bebidas como café e chá. Neste caso, convém não adicionar açúcar ou, pelo menos, reduzir a quantidade ao mínimo.
O último relatório publicado pela Sesa – a Situação Alimentar e Nutricional do Paraná 2012 a 2022 – identificou a presença de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas na alimentação da maioria dos paranaenses avaliados em todas as fases da vida, com participação inclusive na alimentação de crianças menores de dois anos. Ele traz o diagnóstico nutricional referente à população que frequenta as unidades de saúde e serve de orientação para a gestão das ações de alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde (SUS).
HÁBITOS SAUDÁVEIS – A adoção de hábitos saudáveis pode contribuir para fortalecer as defesas do corpo. Algumas das principais práticas sugeridas incluem a manutenção da prática regular de exercícios físicos, hidratação, alimentação saudável e uso de roupas apropriadas, além de manter ambientes arejados.
Uma das maiores lições da pandemia é manter a higienização adequada das mãos, pois também é fundamental para a prevenção da transmissão de doenças e infecções. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a lavagem correta das mãos pode reduzir em até 40% os riscos de contrair doenças como conjuntivite, gripe ou dor de garganta.
Confira os 10 passos para uma alimentação saudável:
– Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
– Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar, cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
– Limitar o consumo de alimentos processados
– Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
– Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
– Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
– Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
– Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
– Quando comer fora de casa dar preferência a locais que servem refeições feitas na hora
– Seja crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.