O filólogo e escritor Ricardo Cavaliere foi eleito nesta quinta-feira (27) novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Eleito com 35 dos 38 votos, ele vai ocupar a Cadeira 8, vaga desde a morte da escritora Cleonice Berardinelli, em janeiro deste ano. Concorreram à vaga mais quatro candidatos: o cartunista Mauricio de Sousa; o jornalista, produtor e escritor James Akel; o escritor e crítico literário Joaquim Branco, e o advogado José Alberto Couto Maciel.
Cavaliere tem graduação em letras (português/inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (1975), mestrado em língua portuguesa (Letras Vernáculas) pela UFRJ (1990), e doutorado em língua portuguesa (Letras Vernáculas), pela UFRJ (1997). Também possui graduação em direito pela mesma universidade (1996). Fez estágio de pós-doutorado em história da gramática no Brasil, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), sob supervisão do acadêmico ocupante da Cadeira 33, o professor e filólogo Evanildo Bechara.
Tem experiência na área de letras e linguística, com ênfase na descrição do português e na historiografia dos estudos linguísticos. Dentre suas obras, destacam-se: Fonologia e Morfologia na Gramática Científica Brasileira e Pontos Essenciais em Fonética e Fonologia. Atualmente é professor aposentado da Universidade Federal Fluminense, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem. É membro da Academia Brasileira de Filologia. Também tem experiência como conselheiro no Real Gabinete Português de Leitura, que lhe conferiu o título de Grande Benemérito, entre outros.
O presidente da ABL, Merval Pereira, afirmou que a Academia está satisfeita com a eleição de Ricardo Cavaliere, um dos maiores filólogos do Brasil atualmente. “É importante que a ABL tenha filólogos porque um dos planos da casa é no futuro fazer um dicionário da língua portuguesa.”
Do total de votos, 23 acadêmicos votaram na urna eletrônica e 14 votaram por carta. A Cadeira 8 tem como fundador o professor e poeta Alberto de Oliveira, como patrono o advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa, e teve como titulares o sociólogo e jurista Oliveira Viana, o professor, jornalista, cronista, Austregésilo de Athayde, o jornalista e romancista, Antonio Callado, o crítico literário Antônio Olinto, além de Cleonice Berardinelli.
Mauricio de Sousa obteve dois votos, e houve um voto em branco. O cartunista é o criador da Turma da Mônica e de vários outros personagens de história em quadrinhos. Ele é o mais famoso e premiado autor brasileiro de história em quadrinhos.