A busca constante por sanidade, qualidade e segurança alimentar na produção de leite e derivados no Paraná foi destaque nesta quinta-feira (10) na programação da Via Rural Smart Farn, espaço do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) na EspoLondrina. As discussões técnicas fizeram parte do 4º Seminário da Produção Sustentável de Leite e do 3º Seminário da Mesorregião Norte de Sanidade Agropecuária.
Na abertura dos trabalhos, o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, ressaltou a importância para o mercado brasileiro e internacional de ter um Estado como o Paraná, que é destaque em sanidade animal e que cada vez investe mais no aprimoramento da qualidade.
“Temos que pensar em todos os produtos possíveis de serem explorados, colocar marketing, mídia e divulgação para poder fazer com que esse produto, com sanidade, possa alcançar outros mercados e que as pessoas de outros países, quando vierem para o Brasil, procurem os derivados do leite do Paraná, pela segurança e qualidade” disse.
O evento, promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), teve como objetivo informar os pecuaristas e incentivar a prevenção dos principais problemas que interferem na sanidade animal do Estado, que é o segundo maior produtor de leite do País.
O destaque foi a discussão sobre brucelose e tuberculose animal. Marta Freitas, médica veterinária da Adapar, foi uma das palestrantes sobre o tema “Brucelose e Tuberculose no Paraná: desafios e oportunidades para a pecuária”.
Ela explicou cada uma das doenças, destacando como é feita a transmissão, tanto nos animais quanto nos humanos, como identificar os sintomas e como agir no caso de testagem positiva. Marta também mostrou o passo a passo para conseguir a certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose e os benefícios que isso traz, como facilidade no transporte dos animais e aumento de valor agregado aos produtos. Todas as informações podem ser encontradas no site da Adapar.
O presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, falou sobre o cuidado que o Estado está tendo de debater esse assunto em todo o território. “Nós vamos fazer quatro grandes eventos no Paraná para discutir e chamar atenção para o tema. É um grande programa de controle de brucelose e tuberculose. Não vamos falar ainda em erradicação, mas vamos começar um caminho para que no futuro haja a erradicação”, afirmou.
A agroindústria Estância Baobá é uma das que possuem a certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose animal. A proprietária Livia Trevizan destacou a importância do trabalho conjunto para a conquista. “Eu acho que sem esse programa do IDR-Paraná, sem o apoio da Adapar, não teríamos feito nem metade do que a gente está fazendo hoje. A gente faz desde a plantação da comida das nossas vacas e ovelhas, até a venda dos produtos, e esse apoio é realmente essencial”, disse.
O evento contou ainda com a palestra do médico veterinário Evandro Richter, do IDR-Paraná, que abordou o tema “Alternativas e controle ecológico de carrapatos”.
AGROECOLOGIA – Outro evento, nesta quarta (09), foi o 4º Seminário de Agroecologia e Horticultura na Sucessão Familiar, com palestra do IDR-PR sobre fomento da produção orgânica.
Renan Ribeiro Barzan, gerente regional de Extensão Rural do IDR-Paraná de Londrina, comentou a importância de falar do tema. “Surgiu essa necessidade de a gente trazer essa temática da agroecologia, da produção orgânica da fruticultura e horticultura, e que cada ano que passa vem crescendo mais, despertando mais interesse, tanto dos produtores, como dos profissionais da área” afirmou.
Na palestra “Estratégias para o Desenvolvimento da Fruticultura e Olericultura Orgânica”, os extensionistas do IDR-Paraná da região de Santo Antônio da Platina, Maurício Castro Alves, Valdinei Garcia Fernandes, Paulo Sérgio Beraldo, Luiza Rocha Ribeiro e Marina Pinto Lima falaram das ações do instituto para promover a modalidade orgânica na agricultura familiar em diversos municípios do Norte do Paraná, principalmente as culturas de goiaba, maracujá, abacaxi e tomate.
Também foram destacados alguns pontos importantes para aumentar a produção orgânica como leis municipais de incentivo para a agricultura familiar orgânica, emendas parlamentares, além da disseminação de conhecimento aos produtores rurais com dias de campo e capacitações.
Os desafios enfrentados tanto pelos produtores quanto pelos extensionistas para implementação da modalidade, como dificuldade de inovação, abertura de novos mercados e o fortalecimento e profissionalização das organizações rurais também foram destacados. Os técnicos demonstraram ainda alguns exemplos de produtores que adotaram a modalidade e aumentaram a renda e o valor agregado de seus produtos.
O secretário Marcio Nunes acompanhou as palestras e destacou a importância da agricultura orgânica para o Estado. “O Paraná tem quase 4.400 produtores orgânicos certificados, o maior número do Brasil. E queremos aumentar esse número, incentivando os produtores para elevar ainda mais a qualidade dos produtos paranaenses, a renda dos nossos produtores, a saúde dos consumidores, e fortalecer o meio ambiente”, afirmou.
A Mesorregião Norte do Estado é destaque na produção de hortifrúti. Em 2023 o Valor Bruto de Produção (VBP) de hortifruticultura na região foi de R$ 2,3 bilhões.
O evento também contou com a palestra “Turismo Rural Associado a Produção Sustentável de Morangos” dos produtores rurais Rosicleia Vieira Ferreira Navarro e Evandro Navarro, que começaram seu negócio de turismo rural de morango orgânico com a assistência do IDR-Paraná.
Por último, houve a palestra “Tomate Orgânico: Renda e Sucessão Familiar” onde a produtora Marilda Aparecida da Costa Faria falou da sua experiência com a produção de tomates orgânicos no negócio em família.