O Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária, Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), firmou acordo de cooperação para mobilidade acadêmica com a Universidade Provincial de Kyoto (KPU). O objetivo é proporcionar o intercâmbio de alunos de graduação para estágios, e fortalecer a colaborações acadêmicas e de pesquisa internacionais de estudantes de pós-graduação entre o Paraná e o Japão, por meio do Programa Ganhando o Mundo da Ciência. O acordo de colaboração tem duração de três anos podendo ser renovado por igual período.

Os termos foram formalizados nesta segunda-feira (01), em reuni]ao realizada na Fundação Araucária, em Curitiba. Durante o encontro com a delegação japonesa, também foi assinado um acordo de cooperação entre a Unioeste e a KPU na área de reaproveitamento de resíduos.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, ressaltou o esforço que vem sendo feito pela instituição e pela Seti para fortalecer a relação com o Japão na área de ciência e tecnologia. “Esse acordo de cooperação é muito importante, pois se trata de uma parceria de reciprocidade. Vamos oportunizar aos jovens paranaenses a mobilidade em uma instituição extraordinária como é a Universidade Provincial de Kyoto”, enfatizou Wahrhaftig.

A vice-reitora da KPU, Michiyo Yamaguchi, destacou a conexão entre o Brasil e o Japão para o avanço conjunto da ciência e tecnologia. “A partir de agora vamos desenvolver ainda mais as relações nesta área, tanto nas universidades do Paraná quanto de Kyoto. Estamos muito felizes em receber os estudantes paranaenses e, futuramente, podermos também enviar os japoneses para o Paraná”, afirmou.

A mobilidade acadêmica vai ocorrer a partir de 2025, sendo que as inscrições serão abertas em setembro deste ano. O secretário da Seti, Aldo Bona, enfatizou a parceria dentro da estratégia de internacionalização do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. “As condições atuais de cooperação internacional do Paraná, na área de ciência e tecnologia, são muito diferentes das que existiam em passado recente. Hoje, podemos cooperar em condições de reciprocidade com qualquer país do mundo em termos de ciência e tecnologia. E o Japão é um parceiro histórico do Paraná, uma cooperação que nos ajudou a estruturar este robusto sistema que temos hoje”, observou o secretário Aldo Bona.

Nos próximos meses o Paraná receberá uma delegação de cientistas japoneses que conhecerão o Sistema de CT&I do Paraná, assim como as universidades estaduais.

Em novembro de 2023, uma delegação paranaense de representantes de instituições de CT&I, entre eles a assessora de projetos estratégicos internacionais da Fundação Araucária, Eliane Segati, esteve no Japão conhecendo universidades e institutos de pesquisa a fim de estudar possíveis oportunidades de mobilidade.

“Exploramos muitas oportunidades em diversas áreas do conhecimento que a KPU oferece. Para a Fundação Araucária é uma alegria poder reforçar este compromisso do Estado por meio do programa Ganhando o Mundo da Ciência, que envolve a mobilidade desde alunos de graduação em nível de iniciação científica, também de mestrado, doutorado e pós-doutorado”, disse Eliane.

O Programa Ganhando o Mundo da Ciência envolve sete países. O primeiro acordo foi firmado com a Universidade de Alberta no Canadá, com a mobilidade em todos os níveis, e a KPU é a segunda.

RESÍDUOS – Durante o encontro com a delegação japonesa também foi assinado um acordo de cooperação com a Unioeste na área de reaproveitamento de resíduos. O reitor Alexandre Webber, explicou que a instituição está estruturando, em Toledo, um grande trabalho na parte de produção por meio do aproveitamento de resíduos que serão transformados em matéria prima. “Hoje o que é um problema, passará a ser um produto. Também estivemos em Kyoto no ano passado visitando os laboratórios japoneses e vimos esta oportunidade de parceria”, disse ele.

Responsável por acompanhar os acordos com as instituições paranaenses, o pesquisador e vice-presidente da assessoria internacional da Universidade Provincial de Kyoto, André Cruz, também atua na área de estudos do solo e integrará o grupo de pesquisa junto à Unioeste. “Sabemos que o Paraná e o Brasil são grandes produtores agrícolas e podemos contribuir com parcerias em novas tecnologias que possam aumentar a produtividade e tornar o Paraná ainda mais competitivo. Neste momento estou desenvolvendo um protocolo de segurança para o uso de adubo orgânico”, comentou o pesquisador.

Além de Curitiba a delegação japonesa também visitará instituições em Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Toledo e Foz do Iguaçu.



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