A bateria do Império da Tijuca comandada por mestre Jordan fez um ensaio técnico muito bom. O ritmo da “Sinfonia Imperial” esteve plenamente conectado e vinculado ao enredo afro da escola. A cozinha da bateria exibiu um trabalho sólido, amparado por uma afinação de surdos primorosa. O bom balanço dos surdos de terceiras pôde ser percebido, bem como o toque correto de caixas de guerra, além de repiques coesos. Vale mencionar o toque dos ritmistas do timbal, que adicionou swing ao ritmo da “Sinfonia Imperial”, sem contar a plena integração com a musicalidade da bateria do Império da Tijuca.

Já nas peças leves, uma ala de chocalhos extremamente diferenciada adicionou qualidade técnica à parte da frente do ritmo. O bom trabalho envolvendo o naipe de tamborins foi notado, executando sua convenção rítmica de maneira precisa. Uma ala de cuícas correta também auxiliou no preenchimento da musicalidade da cabeça da bateria.

Uma subida de três um pouco mais elaborada permitiu uma fluência plena entre os naipes, após sua execução constante por toda a pista, adicionando valor sonoro à bateria do Império da Tijuca.

A bossa da cabeça do samba se aproveitou da pressão dos surdos e de tapas conjuntos dos demais naipes, além do balanço das terceiras. Vale ressaltar mais uma vez os timbales, plenamente integrados à sonoridade da “Sinfonia Imperial”. Uma elaboração musical relativamente complexa e muito bem pontuada.

A paradinha do final da segunda, concluída durante o refrão principal, deu impacto sonoro à bateria do Império da Tijuca, casando mais uma vez o ritmo do timbal com o arranjo proposto. Uma construção musical muito bem elaborada e principalmente executada.

Um breque simples, mas sobretudo funcional, foi apresentado antes da paradinha impactante do refrão do meio. A convenção se aproveitou das pancadas dos surdos para dar pressão ao ritmo da escola do morro da Formiga.

Já a paradinha que dura todo o refrão do meio atrela o enredo religioso ao ritmo que segue uma linha musical amparada por uma batida de vertente africana. Na primeira passada, tapas ritmados são tocados em conjunto, contando com a adição de ritmistas tocando timbal, que deram um molho considerável. Já na segunda passada do estribilho, chocalhos e tamborins entram em ação auxiliando no preenchimento da musicalidade. Para a conclusão ousada e seguindo o que a própria música pede, os ritmistas do timbal fazem um solo de imenso valor sonoro no trecho do samba que se repete após o refrão do meio “Tambor, Ogã”. Finalizando os solos dos timbales com um toque conhecido como “Machado de Xangô”.

Um ensaio que deixou a comunidade da Formiga orgulhosa e feliz com a “Sinfonia Imperial” de mestre Jordan, após um desempenho elogiável. Uma bateria que uniu bom ritmo e uma elaboração privilegiada dos arranjos musicais. As paradinhas contribuíram na sonoridade de pegada africana produzida pelo Império da Tijuca, se configurando em acerto tanto na concepção, quanto nas execução pela Avenida.





Via R7.com