Fundada em janeiro de 2000, a Fundação Araucária (FA) comemora 23 anos tendo desempenhado papel essencial para o avanço da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no Paraná. Somente nos últimos quatro anos, foram concedidas cerca de 15 mil bolsas de pesquisa e extensão. Avanço que se deve principalmente ao orçamento destinado a essa área pelo governo estadual. Somente para a instituição, de 2012 a 2022, o montante chegou a R$ 248 milhões – R$ 173,4 milhões do Estado e R$ 75 milhões de parceiros.

O presidente da FA, Ramiro Wahrhaftig, ressaltou que ao longo das duas últimas décadas o Paraná consolidou todos os seus ativos de CT&I, passando de 5 mil doutores, nas instituições públicas, para 21 mil – crescimento de 320%. O quantitativo proporciona ao Paraná amplas possibilidades de se desenvolver, cada vez mais, e atender as necessidades da população.

Ele enfatizou a grande valorização que a Fundação Araucária vem alcançando em diversos setores, inclusive no econômico. “Na sociedade do conhecimento, uma instituição como a Fundação Araucária, capaz de mobilizar a inteligência de uma região como o Paraná, é uma instituição com valor de mercado extraordinário. Se tivéssemos como mensurá-lo, talvez superasse o de grandes empresas”, disse o presidente.

Muitos estudos e indicadores, como os da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) demonstram a relação do desenvolvimento das nações com os investimentos em CT&I. “A Fundação Araucária é uma das principais ferramentas de estímulo à inovação, produção de conhecimento científico e integração entre academia e setor produtivo no Paraná. O Estado cresce de maneira mais organizada a partir desse trabalho que reúne centenas de profissionais dedicados”, ressaltou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. 

Em 2022, o Governo do Estado destinou R$ 62,6 milhões para a Fundação Araucária, e para 2023 o incremento estimado passa de 50%. “A Fundação é referência no cenário nacional e agora, no governo Ratinho Junior, ganha uma expressão ainda maior com vultuosos recursos destinados a fazer frente às demandas que são sempre maiores do que a capacidade de financiamento”, ressaltou o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona. 

“O orçamento deste ano da FA é bastante superior ao histórico dos últimos anos e isso certamente permitirá continuar desempenhando o seu relevante papel para o desenvolvimento do Estado do Paraná a partir da CT&I”, afirmou o secretário.

A trajetória de 23 anos da Fundação Araucária comprova a importância dos investimentos em todas as áreas do conhecimento. Segundo o presidente da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp) e do Grupo Zicosur Universitário, Miguel Sanches Neto, que integrou os Comitês Assessores de Área da Fundação Araucária por dez anos, a instituição foi um divisor de águas no ensino superior e na ciência e inovação do Paraná. 

“Eu acompanhei o crescimento da Fundação do ponto de vista do pesquisador. A melhoria dos investimentos vem contribuindo para que o Estado seja mais inovador e que fixa doutores no Interior. Um estado que oferta o maior sistema de cursos universitários públicos estaduais da federação brasileira. A Fundação Araucária está muito ligada, não apenas ao desenvolvimento das universidades e da ciência, mas ao desenvolvimento do Paraná”, destacou.  

HISTÓRIA RECENTE – As demandas trazidas pela pandemia, como mais investimento em inovações tecnológicas, o trabalho remoto e a realização de eventos online, resultaram em aumento da produtividade da Fundação Araucária. Houve maior agilidade operacional com o crescimento do número de Chamadas PúbIicas (CPs) e Processos de Inexigilibidade de Chamamento Público (Pis). Houve alta mesmo nos piores anos de pandemia (2020 e 2021). 

Em 2019 foram realizadas 14 CPs e 9 PIs; em 2020, 20 CPs e 14 Pis; e, em 2021, houve 17 CPs e 29 PIs. O ano passado totalizou 23 chamadas públicas e 21 processos de inexigilibidade.

Além do aumento da produtividade da instituição, o diretor administrativo e financeiro da Fundação Araucária, Gerson Koch, destaca importantes conquistas nos últimos anos. “A última gestão desenvolveu uma metodologia de trabalho que transformou instituições antes concorrentes em complementares, fazendo com que os bens pudessem ser organizados, visando o bem comum por meio de arranjos de colaboração horizontais. Agora temos instituições compartilhando recursos, ativos e pesquisas, o que nos permite o uso mais assertivo dos recursos”, explicou.   

De acordo com o diretor de CT&I da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, além de desenvolver o seu papel natural de uma agência de fomento, a instituição prioriza a mobilização do sistema de ciência, tecnologia e inovação para atender estas demandas de desenvolvimento. “Deixamos de ser simplesmente uma agência fomentadora para assumirmos também este papel de uma agência mais propositiva, uma agência que formula projetos para que a CT&I seja mais alinhada com as demandas de desenvolvimento do Estado”, disse. 

Para que isto acontecesse, foram trabalhados, prioritariamente, três grandes entregas nos últimos quatro anos: Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs), a plataforma digital iAraucária, que permite identificar as nossas competências e organizar os grupos de trabalho, e o projeto Rotas Estratégicas de CT&I 2040, que visa um planejamento para que a CT&I contribua para este desenvolvimento com um olhar para o futuro. 

PESQUISA E EXTENSÃO – Os recursos destinados por meio da Fundação Araucária (FA) também contribuíram para a melhoria da avaliação dos programas de pós-graduação do Paraná. 

No caso das instituições públicas, por exemplo, as sete universidades estaduais avançaram no conceito de qualidade, de acordo com os novos resultados da Avaliação Quadrienal organizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (Capes). Ao todo, 13 cursos avaliados em relação ao período de 2017 a 2020 tiveram desempenho considerado de alto padrão internacional.

Segundo o presidente do Conselho Paranaense de Pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, Giovani Marinho Favero, a FA é a maior parceira das universidades públicas e privadas em relação ao fomento de pesquisa básica e aplicada. “Historicamente tivemos um grande suporte para a pesquisa básica e, mais recentemente, com a estratégia dos NAPIs, tivemos uma grande ampliação para a pesquisa aplicada. É nítida a evolução do nosso sistema como um todo com o fortalecimento das nossas instituições em nível nacional”, afirmou.

A coordenadora do Fórum dos Pró-Reitores de Extensão das Instituições de Educação Superior Públicas Brasileiras-Regional Sul, Fabiana Regina Veloso, ressaltou a importância de grandes parcerias na execução de muitos projetos importantes como o de empoderamento de mulheres e o de enfrentamento à Covid-19.

“Especialmente neste momento de pandemia tivemos uma organização muito ágil e importante para o Estado no enfrentamento à Covid-19. Tivemos parceiros muito importantes como a Fundação Araucária, Seti e Secretaria da Saúde. Este apoio financeiro da Fundação é fundamental para o desenvolvimento das ações de extensão junto à comunidade”, disse. “E esse é um processo contínuo e que só tende a crescer”.



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