Representantes das entidades agropecuárias de todo o Estado realizaram nesta sexta-feira (22) uma reunião com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, para discutir o Plano Safra. O evento foi transmitido online e chegou a reunir cerca de 200 pessoas. A proposta paranaense é que ele tenha R$ 568 bilhões.

“Temos espírito cooperativo e vamos atuar junto ao ministério para que o produtor seja bem amparado, bem assistido e que tenha condições de pegar dinheiro e pagar a conta, além de evoluir tecnologicamente”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “O próximo tem de ser o melhor e talvez o maior plano safra da história deste País”.

O mesmo apelo foi reforçado pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, que recepcionou representantes das entidades. “Esperamos com muita expectativa o próximo Plano Safra”, salientou. 

Ricken reforçou, principalmente, a necessidade de apoio aos produtores impactados por adversidades climáticas, com prorrogação dos financiamentos de custeio e renegociação de dívidas, além de destacar a importância de mais recursos para ampliar e reformar armazéns. Para essa ação o pedido é de R$ 12 bilhões. No último plano foi de R$ 6,6 bilhões.

Também foi ressaltado o apelo de manutenção da política de preço mínimo e fortalecimento do orçamento para a comercialização do trigo. O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), com sugestão de liberação de R$ 4,5 bilhões, foi igualmente colocado como prioritário, assim como o Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro). Nesse item, os representantes de agropecuaristas paranaenses propõem que os recursos passem de R$ 6,9 bilhões para R$ 9 bilhões.

SUBVENÇÕES – A proposta das entidades que representam os agricultores é que o Plano Safra 2024/25 tenha R$ 2,5 bilhões no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, com cronograma de liberação oportuna dos recursos, de acordo com o calendário agrícola. Nesse item, o pedido é também para que seja regulamentada a lei que instituiu o Fundo de Catástrofe. No caso do Proagro, que o limite seja ampliado de R$ 335 mil para R$ 500 mil por produtor e safra. Além disso, propõem que a cobertura seja dada a partir da data de plantio até o término da colheita.

O secretário Norberto Ortigara acentuou a necessidade de melhoria no sistema de Cadastro Ambiental Rural (CAR) para que os agricultores possam fazer os registros com mais segurança e recebam os recibos rapidamente. Também cobrou refinamento em relação ao zoneamento de risco climático, a prorrogação da normativa que marcou para março deste ano o fim do uso de mudas comerciais para produção de orgânicos e a evolução no regulamento do autocontrole sanitário.

OUSADIA – O secretário nacional afirmou que haverá avanço no Plano Safra. “Precisa ser mais ousado e o que está sendo apresentado já está em nossas cabeças”, afirmou. No entanto, ponderou que uma das maiores dificuldades é a questão orçamentária. Geller disse que tem conversado com vários setores para colher dados que permitam elaborar o melhor plano possível, mas sugeriu que as conversas das entidades se estendam também ao Congresso Nacional.

Geller também acentuou a necessidade do Mapa estar totalmente alinhado com as forças produtivas e com o sistema financeiro. “Nós precisamos estar respaldados por vocês para nos dar força”, afirmou. “Podemos fazer um grande trabalho e ter um Plano Safra bem alinhado”.



Via Fonte