A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), promoveu nesta terça-feira (26), em alusão ao Dia Mundial contra a Raiva (28 de setembro), um encontro de vigilância e prevenção do agravo. O objetivo é esclarecer dúvidas sobre a doença em humanos e animais e também trocar informações com relação às medidas de prevenção e controle.

O evento, que aconteceu no auditório da Prefeitura de Cascavel, no Oeste do Estado, reuniu cerca de 150 pessoas entre profissionais de saúde e a comunidade em geral.

“É muito importante mobilizar e orientar toda a população e profissionais de saúde quanto a possíveis sinais e casos da doença, para que possamos prevenir a transmissão em humanos”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.  

A coordenadora de Controle da Raiva, Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e Bem-Estar Animal da Adapar, Elzira Jorge Pierre, enfatizou a relevância do trabalho conjunto para combater a doença em todo território paranaense. “É uma doença que preocupa também o ambiente rural, por esse motivo é muito pertinente que os órgãos públicos e privados que trabalham pela defesa tanto da saúde animal quanto humana estejam unidos no combate a esta zoonose”.

ATENDIMENTOS – São registrados em média 40 mil atendimentos de pessoas que tiveram contato (mordedura, lambedura ou arranhadura) com animal potencialmente transmissor da raiva, por ano, no Estado. Os cães são responsáveis por 87% das notificações, seguido dos gatos (7%) e morcegos (1%).

De acordo com dados da Adapar e do Laboratório Central do Estado (Lacen), em 2023 foram registrados 143 casos confirmados da doença em animais sendo 70 (49%) em bovinos, 63 (44%) morcegos não hematófagos, 9 em equinos (6%) e 1 (0,70%) em ovino no Paraná.

Entre 2022 e 2023, a 10ª Regional de Saúde (RS) de Cascavel concentrou 30% (90 casos) de animais positivos para raiva em todo Estado, seguido pela 9ª RS de Foz do Iguaçu, com 18% (54), e da 2ª RS Metropolitana, com 12% (34). Da totalidade dos animais positivos da 10ªRS, 88% (79) ocorreram no município de Cascavel. Não há registro de casos humanos no Estado desde 1987.

TRANSMISSÃO – Transmitida por meio de mamíferos contaminados, a raiva é uma doença infecciosa. Além de cães e gatos, animais silvestres, como morcegos de qualquer espécie, raposas, quatis e saguis, também podem transmitir a doença, que quase sempre é fatal.

Ao sofrer qualquer tipo de ocorrência por animais mamíferos, a orientação é lavar o ferimento imediatamente com água corrente e sabão, ir rapidamente até uma unidade de saúde e fazer o tratamento corretamente quando for indicado, sem faltar às vacinações.

VACINA – Para humanos, não há indicação de vacinação prévia, com exceção dos profissionais que trabalham na área e com manejo de animais, conforme avaliação baseada no protocolo do Ministério da Saúde. O mesmo protocolo prevê a vacinação de pessoas que possam ter sido expostas a um animal potencialmente transmissor do vírus.

“Cada caso deve ser avaliado individualmente de acordo com os protocolos vigentes. Caso exista a necessidade de receber vacina o município de residência deverá realizar a imunização”, explicou a responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva da Sesa, Tatiane Cristina Brites Dombroski.

Com relação a raiva em cães e gatos, mesmo o Estado sendo definido como área controlada, uma vez que não tem circulação da variante furiosa desde 2005, é importante que a vacinação nestes animais seja feita anualmente.

Os produtores rurais também devem adotar medidas preventivas que possibilitem o acompanhamento eficaz de eventuais focos.

“É muito importante que produtores rurais ao observar abrigos de morcegos ou qualquer sinal de possível mordedura em animais nas suas propriedades notifiquem a Adapar imediatamente. É necessário manter também a vacinação para controle da doença e o uso da pasta vampiricida ao redor das mordeduras”, acrescentou Elzira.

AÇÕES – A rápida identificação dos acidentes permite ações do Sistema Único de Saúde (SUS) para reduzir o risco da população em contrair a doença.

Por meio da Coordenadoria de Vigilância Ambiental, a Sesa promove diversas ações de prevenção e controle da doença, como diagnóstico de animais suspeitos, vigilância dos atendimentos antirrábico e orientações sobre atendimento e profilaxia antirrábica em humanos e análise, organização e distribuição para as 22 Regionais de Saúde (RS) dos imunobiológicos (vacina e soro) com foco no uso e número de casos.

Todo atendimento causado por animal potencialmente transmissor da raiva deve ser notificado pelos serviços de saúde, por meio da Ficha de Investigação de Atendimento Antirrábico do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A ficha deve ser devidamente preenchida pelo profissional de saúde e inserida no sistema, independentemente de o paciente ter indicação de receber vacina ou soro. A notificação gera dados epidemiológicos e possibilita análises para controle e rigorosidade na avaliação da incidência dos acidentes rábicos.



Via Fonte