Um homem foi preso por policiais militares do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), na Rodovia BR-070, em Cáceres (MT), por transportar de maneira irregular quatro cães de raça comumente usados por caçadores. A detenção, realizada na sexta-feira (31), ocorreu pelas más condições em que os cães se encontravam, mas a suspeita é de que ele seja responsável por um vídeo de 11 segundos em que aparecem um filhote de onça-pintada amarrado e duas cabeças de onças recém-abatidas.

O vídeo, que tem circulado nas redes sociais desde o dia 27 de março, gerou indignação entre ambientalistas. Três dias depois, um pedido de apuração criminal do caso foi encaminhado ao Ministério da Justiça pela ministra do Meio Ambiente Marina Silva. 

Os cães apresentavam sinais de maus-tratos no momento da detenção e eram semelhantes aos que aparecem no vídeo das onças decapitadas. Segundo a assessoria da Polícia Judiciária Civil do estado de Mato Grosso, o preso nega o envolvimento no caso.

Nas redes sociais, organizações ambientalistas como a Ampara Silvestre e o Projeto Onças do Iguaçu afirmam que o suspeito foi solto após audiência de custódia realizada neste domingo (2). De acordo com o Poder Judiciário de Mato Grosso, o processo corre em segredo de Justiça.

Vídeos

Para confirmar a origem e as circunstâncias do vídeo, policiais da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em propriedades rurais no município de Cáceres e em uma residência em Várzea Grande.

Foram apreendidos aparelhos celulares, que passarão por perícia, bem como outros materiais que podem confirmar a autoria do crime. A ação integrou a Operação Março Negro, que ganhou esse nome em referência ao mês em que o vídeo das onças decapitadas surgiu na internet. 

A delegada titular da Dema, Liliane Murata, lembra que a caça da onça-pintada, assim como de outros animais silvestres, é crime no Brasil. A regra consta na Lei de Crimes Ambientais. “Atualmente existem muitas ONGs dedicadas à preservação das onças-pintadas e que apoiam o cuidado e a preservação desses animais em parceria com a sociedade. Logo não há necessidade de caça e matança do animal”, destacou Liliane. 



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