As oportunidades oferecidas pelo agronegócio no Paraná e a necessidade dos atores envolvidos com esse setor serem cada vez mais assertivos em suas decisões foi o tema discutido na manhã desta terça-feira (26) em um evento promovido pela Lide Paraná, um ecossistema de negócios que reúne líderes empresariais de diversos segmentos.

Um dos convidados foi o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Ele lembrou que o Brasil emprega 28 milhões de pessoas no processo agrícola, que é um setor dinâmico. “Hoje, não há mais espaço para empirismo nas decisões”, disse Ortigara.

Segundo ele, pelo fato de o produtor rural ter pouca influência para definição do preço dos produtos e menos ainda sobre as condições climáticas, ele precisa ter mais domínio sobre o custo de produção. “Quanto mais eficiente, quanto mais assertivo, quanto mais racional for, mais chance haverá de ter agricultores com lucro para reinvestir”, afirmou.

Ortigara apresentou a relevância que o Paraná tem tanto em relação à produção de grãos, que na safra passada alcançou 45,8 milhões de toneladas, quanto em proteína animais, que o Estado lidera nacionalmente, com grande expressão em frango (2,1 bilhões de cabeças em 2023) e suínos (12 milhões de unidades).

“Temos participação muito relevante na geração de divisas, pois somos o terceiro exportador do agro brasileiro, com quase US$ 20 bilhões, e temos também a agricultura mais diversificada do Brasil, com mais de 400 itens produzidos”, salientou. No total, 33% do território paranaense é coberto pela agropecuária.

FUTURO – Mas, segundo o secretário, o que trouxe o agricultor até essa posição não é o que vai levar para frente. “O que vai levar para frente é outro salto tecnológico que está em curso, é inovação, é mais biologia no processo produtivo, é um aproveitamento racional dos recursos, pois poucos espaços do mundo têm condições de produzir biomassa como nós temos aqui”, disse.

Ortigara prevê que em 2030 a safra brasileira de grãos sairá das cerca de 320 milhões de toneladas produzidas no ciclo 2022/23 para 400 milhões. Em carne, a produção nacional foi de cerca de 29 milhões de toneladas, com possibilidade de fechar a década com 36 milhões. 

“Se o Brasil quiser aproveitar a oportunidade que o mundo oferece para dinamizar, fortalecer e incrementar um setor que é tecnológico, ele pode e deve fazer isso, não descuidar”, declarou. “Ninguém pede nada de graça, a gente precisa de ambiente salutar para investir, de ambiente adequado, taxa de juro mais decente para poder produzir alimentos e fibras”.

BRASIL – Também presente ao encontro, o vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio e ex-secretário de Agricultura de São Paulo, Francisco Matturro, mostrou que, entre 1974 e 2021, a área plantada teve crescimento de 79% no Brasil, enquanto a produção saltou 596%. “A indústria do agro dá resposta em uma safra”, disse.

Atualmente o País lidera a produção mundial de açúcar (38 milhões de toneladas), café (850 mil toneladas), suco de laranja (1 milhão de toneladas), carnes (29 milhões de toneladas), milho (131 milhões de toneladas) e soja (155 milhões de toneladas). E está em segundo em algodão (3,2 milhões de toneladas) e etanol (36,5 bilhões de litros). Em frutas (60 milhões de toneladas) e peixes (860 mil toneladas) é terceiro.



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