Uma mistura de saúde, diversidade, natureza e cooperativismo. É disso que se tratam as hortas comunitárias, projeto da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) que além de tudo ainda gera renda para diversas famílias.
Duas hortas comunitárias do Estado cultivadas por cerca de 50 famílias têm se destacado pelo seu sucesso desde que foram instaladas em 2020.
O investimento de R$ 120 mil, sendo R$ 114 mil da Seab e R$ 5,8 mil em contrapartida do município, utilizados para aquisição de equipamentos, materiais permanentes e materiais de consumo, vem gerando cerca de 500 quilos de alimentos por mês.
O chefe de núcleo da Secretaria em Cianorte, no Noroeste, Francisco Cascardo Neto, explica os benefícios do projeto. “Estamos abrindo um espaço em um local que não estava sendo utilizado para nenhum fim, para fornecer uma alimentação saudável e diminuir a pobreza para diversas famílias de Cianorte através da comercialização dos produtos excedentes” afirma.
Entre os alimentos cultivados se destacam as folhosas como rúcula, repolho e principalmente alface, mas a diversidade varia dependendo da escolha das famílias nos 2 metros quadrados disponibilizados para cada uma no cultivo de cada ano.
Os 1,5 mil metros quadrados disponíveis em cada uma das unidades podem gerar, só na produção de alface, R$ 105 mil por ano.
Mas além da renda extra, muitos colaboradores das hortas veem no projeto uma fonte de relaxamento e escape para o estresse do dia a dia.
Marli Ribeiro da Silva que cultiva no espaço há cerca de três anos conta que o trabalho é terapêutico. “É trabalhoso, mas eu gosto. Às vezes quando estou meio nervosa, eu vou para a horta trabalhar e já esqueço. É uma terapia para a cabeça” afirma.
O chefe de núcleo explica que as hortas também servem como distração e interação social entre os membros. “Além desta situação de melhoria na alimentação e renda, o que nos chama atenção é a oportunidade de uma atividade para pessoas, que encontram no trabalho nas hortas uma ocupação e interação com outras pessoas da comunidade, através das atividades de manutenção e reuniões de planejamento” disse. “Para os voluntários, muitas vezes aposentados e desempregados, é uma troca cultural, que promove a saúde física e mental”, acrescentou.
Cascardo também ressalta que o projeto tem se destacado tanto no município, que incentivou o cultivo de outras hortas na comunidade, em empresas, residências e instituições. Além de que mais um convênio está em fase de finalização para a realização de mais duas Hortas Comunitárias no município.
PROGRAMA – Até o início ano de 2025, foram formalizados um total de 26 convênios para a implementação e/ou modernização de hortas comunitárias. Um único convênio pode apoiar a implantação e/ou modernização de mais de uma unidade de Equipamento Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN), resultando em 85 hortas comunitárias implementadas e/ou modernizadas.
O investimento total para a implantação e/ou modernização dessas hortas é de R$ 2.809.390,42, financiado pelo Governo do Estado, por meio da Seab. Esse investimento beneficia diretamente 38.502 pessoas em situação de insegurança alimentar.
A chefe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Desan) destaca como as Hortas Comunitárias são benéficas para as comunidades. “A criação de hortas em espaços públicos transforma áreas subutilizadas em locais verdes e produtivos, promove a sustentabilidade e a conscientização ambiental, incentivando a comunidade a cuidar coletivamente do ambiente”.
Além de garantir a sustentabilidade ambiental por meio de práticas responsáveis, esses projetos visam beneficiar o público em situação de insegurança alimentar e nutricional, proporcionando acesso a alimentos saudáveis e diversificados. Adicionalmente, as hortas comunitárias contribuem para o desenvolvimento de estratégias de geração de renda para a população atendida.