No entanto, as expectativas foram frustradas com o tempo da sessão e com a falta de comprometimento de alguns vereadores que se ausentaram e de fato quais são as demandas urgentes da população? Só porque estamos no final de mandato não pode se fazer nada?
Um dos poucos momentos de destaque foi a iniciativa do vereador Kelvim, que respondeu ao pedido do grupo Acorda Iporã de forma proativa, fazendo uma indicação que superou as demandas iniciais. Kelvim propôs não apenas a manutenção dos brinquedos da praça, a adição de bancos no parquinho, segurança reforçada para o local, mas também melhorias nas academias voltadas à terceira idade. Esta ampliação da proposta evidenciou seu comprometimento com as necessidades da população. Contudo, o clima de indignação aumentou quando a presidência da Câmara optou por não ler a ata da sessão e impediu o vereador Kelvim de utilizar os 10 minutos a que tinha direito para se pronunciar, demonstrando falta de respeito pelas contribuições dos vereadores presentes, sendo assim teve que ler e falar sobre sua indicação nos 5 minutos finais.
A ausência dos vereadores Cezar Cadorim, Professora Beth(ausente a duas sessões consecutivas) e Adão – que havia inclusive expressado satisfação com a participação da população – gerou questionamentos sobre o real comprometimento desses representantes, especialmente em um momento em que a presença da comunidade é fundamental. O vereador Marquinhos da Soalgo, que também esteve ausente, justificou sua falta por estar acompanhando um familiar no hospital.
Por outro lado, a presença dos vereadores eleitos para mandato de 2025 à 2029 Alex e Cleverson foi um ponto positivo, pois ambos se mostraram abertos ao diálogo com o grupo presente, trazendo um alento em meio ao clima de insatisfação.
Outro aspecto que causou descontentamento foi a falta de clareza na comunicação durante a sessão. A leitura da ata e de outros documentos foi considerada confusa lidas muito rápido e com poucas informações, o que dificultou a compreensão da população sobre os assuntos discutidos. É fundamental que a comunicação na Câmara seja clara e acessível, para que os cidadãos possam acompanhar plenamente o que está sendo lido e debatido.
Além disso, a ausência de fiscalização em relação aos gastos públicos foi outro ponto de crítica. O grupo presente questionou o investimento de R$ 100 mil em uma consultoria contratada pela secretaria, especialmente considerando o discurso do prefeito sobre a necessidade de contenção de despesas. Vale ressaltar que essa secretaria é administrada pelo filho do prefeito, que ocupa funções também nas áreas de segurança pública e desenvolvimento, o que gerou ainda mais questionamentos sobre a transparência e necessidade desses gastos em pleno final de mandato.
A sessão deixou claro que, para que a Câmara Municipal cumpra seu papel fundamental na vida da comunidade, é essencial que os vereadores demonstrem ânimo e motivação para atender a população, em vez de apenas seguir um protocolo de leitura de documentos de forma desinteressada. A população espera que suas preocupações sejam ouvidas e que os vereadores se comprometam verdadeiramente com suas funções.
A esperança é que os vereadores ausentes reflitam sobre a importância de sua presença e atuação nas próximas sessões, contribuindo para a construção de um ambiente mais colaborativo e eficiente em benefício da comunidade. É essencial que a participação popular seja valorizada e que as sessões da Câmara Municipal representem, de fato, o compromisso dos vereadores com os cidadãos que eles representam. Além disso, a população deseja ver mais ações de fiscalização e uma disposição genuína para ouvir suas demandas, refletindo o poder e a responsabilidade que os vereadores têm de servir ao bem comum.
Colunista – Daiani Oliveira
