Israel quer formar relações com o novo governo sírio, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta terça-feira (10), ao alertar que Israel responderia com força a quaisquer ameaças à segurança.
“Se esse regime permitir que o Irã se entrincheire novamente na Síria, ou permita a transferência de armas iranianas ou de qualquer outra natureza para o Hezbollah, ou nos atacar, responderemos ferozmente e faremos com que pague um alto preço”, disse Netanyahu.
“O que aconteceu com o regime anterior acontecerá com este regime também”, completou.
O premiê também insistiu que Israel não pretende intervir nos assuntos internos da Síria, mas pretende garantir sua própria segurança.
Netanyahu disse que autorizou a Força Aérea a atacar ativos militares deixados para trás pelo Exército sírio para evitar que caiam nas mãos do que ele descreveu como “jihadistas”.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.