Idealizada para facilitar a missão de professores e pedagogos no engajamento à prática da leitura, a plataforma Leia Paraná, lançada em fevereiro pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR), tem desempenhado papel importante nas atividades pedagógicas da rede estadual de ensino. Dispondo de conteúdos adaptados ao cenário online, como recursos audiovisuais que facilitam a assimilação dos textos, a ferramenta alcança, desde o seu lançamento, a marca de 747.682 acessos e cerca de 18 milhões de atividades realizadas por alunos.

Utilizada por mais de 60% dos estudantes da rede estadual, o recurso, aliado à leitura do livros físicos disponíveis nas mais de 1,8 mil bibliotecas de rede, tem protagonizado a proposição de atividades em sala, como grupos de debate, clubes de leitura e atividades nas quais os estudantes têm liberdade para exercer o potencial criativo.

NA PRÁTICA – Exemplo disso foi a proposta lançada pela professora de Língua Portuguesa Márcia Mocci, do Colégio Estadual Governador Adolpho, no município de Astorga (Noroeste), que no fim do primeiro semestre letivo desafiou os alunos da 3ª série do Ensino Médio a mergulharem na leitura, escolhendo uma das obras da plataforma para ler e, em seguida, apresentarem trabalhos artísticos da maneira que preferissem.

Entre textos, desenhos, poesias e encenações, o trabalho dos estudantes Apollo Mattos, Anelize Oliva, Caroline Consorte e Luis Henrique Kansha chamou a atenção. Unindo letra e ritmo, os alunos compuseram uma música sobre os devaneios, aventuras e paixões do épico cavaleiro errante, Dom Quixote de La Mancha, personagem de Miguel de Cervantes.

“Nós saímos da área comum, da formalidade da leitura, e pudemos fazer algo que gostávamos. Quem ouviu nossa composição irá lembrar de Dom Quixote e sua história por causa dessa música”, afirma Emanuelle.

Sucesso entre os alunos, a tarefa repercutiu na escola e também nas redes sociais, a partir de um vídeo gravado pela própria professora. “Por meio da leitura, os alunos acessam vivências muito ricas, além de enriquecerem o vocabulário e exercitar a interpretação de texto de forma criativa, como pela música”, afirma.

Lorrayne Ribeiro,16 anos, também se lançou à composição musical. A aluna ficou fascinada com os mistérios e maravilhas da astronomia, abordados no livro “A História do Universo para quem tem pressa: do Big Bang às mais recentes descobertas da astronomia!”, de Colin Stuart.

Individualmente, a aluna escreveu uma canção que resumia os caminhos tomados pela ciência, desde a antiguidade, para explicar a imensidão das complexidades do cosmos. “Apresentei a canção para outras turmas e também durante uma reunião pedagógica, para toda a escola. Essa foi uma grande oportunidade de demonstrar meu talento musical a partir da leitura na plataforma”, relata.

O secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, destaca que a tecnologia tem sido fundamental quando incorporada à educação de forma coordenada ao material físico disponível da rede – igualmente indispensável para o processo educacional. “Nossas escolas dispõe de mais de 1,8 mil bibliotecas com vasto acervo literário, segundo o último levantamento da secretaria. A tecnologia deve ser incorporada à educação e não encarada como “rival” no processo educacional”.

LEIA PARANÁ – Plataforma de leitura lançada em fevereiro deste ano pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação, a Leia Paraná conta com 70 obras literárias em seu acervo. Dez destas, incluídas no mês de agosto, com foco nos vestibulares. Os livros, clássicos da literatura nacional, podem ser acessados gratuitamente por alunos e professores da rede estadual de ensino.

Disponível tanto para dispositivos móveis pelo aplicativo (no Google Play) quanto para computadores, pelo site, o acesso aos livros é disponibilizado para os alunos matriculados desde o 6º ano do Ensino Fundamental até o fim do Ensino Médio.

Na lista ampliada, estão, por exemplo, “Iracema”, de José de Alencar; “Quincas Borba”, de Machado de Assis; “Os Sertões (vol I e II)”, de Euclides da Cunha; “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida.



Via