Mesmo durante a pandemia da covid-19, mais da metade das grandes empresas brasileiras do setor industrial, 52,7%, continuaram a investir em inovação de produtos ou negócios tecnológicos. E, no topo do ranking estão as indústrias de máquinas e equipamentos, especialmente de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico, e as de produtos químicos e farmacêuticos.
Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento também foram mantidos em 2021, mas de forma menos intensa. Trinta e quatro por cento das indústrias que inovaram gastaram com pesquisa e desenvolvimento e os destaques foram as de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, químicos, farmacêuticos e veículos automotores.
Os dados são da Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec 2021), divulgada nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta primeira edição da pesquisa mostra que 70,5% das empresas com 100 ou mais pessoas ocupadas nas indústrias extrativas e de transformação lançaram algum produto novo no mercado ou implementaram algum processo de negócio novo.
No entanto, as que se destacaram na inovação foram as maiores, com 500 ou mais empregados. O que, segundo o coordenador de Estatísticas Estruturais e Temáticas em Empresas do IBGE, Alessandro Pinheiro, é um panorama coerente com o que estamos acostumados. Para ele, as características da inovação no Brasil são as mesmas de países em desenvolvimento.
Sobre as expectativas para este ano, 59,8% das empresas que inovaram disseram que iam manter os gastos com pesquisa e desenvolvimento, mesmo listando a instabilidade econômica, o acirramento da concorrência e a escassez de recursos públicos como as principais dificuldades. Já para 2023, 58,4% esperam aumentar os investimentos em P&D.