Entreterimento

Majur fala ao TMDQA! sobre novo disco e encontro Afropop no Festival de Verão Salvador

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28 de janeiro de 2023

O ano de 2023 está começando com tudo para a soteropolitana Majur.

Nos primeiros dias de janeiro a cantora disponibilizou o single “Clima”, em parceria com Xamã, depois de lançar em dezembro “Mapa de Estrelas”, primeira prévia do seu próximo disco ainda sem título que está previsto para chegar neste primeiro semestre.

Dando continuidade às participações em festivais ao redor do Brasil, assim como fez no ano passado, Majur foi uma das atrações do Nômade Festival que aconteceu em São Paulo no último final de semana e recebeu o show da lendária Erykah Badu.

Agora, para encerrar o mês com chave de ouro, a artista baiana está se preparando para sua estreia no Festival de Verão, que será realizado nos dias 28 e 29 deste mês no Parque de Exposições de Salvador.

No sábado, 28, Majur irá subir em um dos palcos do evento, que estava suspenso desde 2020 por conta da pandemia, ao lado de Larissa Luz à convite da atual ministra da cultura Margareth Menezes. Em entrevista ao TMDQA!, a cantora definiu o show como “um encontro de gerações do Afropop”.

Além de falar sobre a importância desse encontro com suas conterrâneas, a artista revelou que irá entregar performances do seu novo disco no Festival de Verão e ainda compartilhou mais detalhes sobre o trabalho sucessor do seu álbum de estreia Ojunifé (2021), que também contará com a participação especial de Ivete Sangalo.

Nesta edição do festival, que tem como tema “Somos Mundo”, o evento irá promover encontros históricos e também alguns inéditos em dois palcos principais não-simultâneos. Você pode ver a programação completa ao final da matéria.

A seguir, confira na íntegra a entrevista com Majur!

TMDQA! Entrevista Majur

TMDQA!: Eu acredito que integrar a grade do Festival de Verão tem um peso diferente para os artistas soteropolitanos. Como foi receber esse convite e como está sua expectativa para estrear no evento?

Majur: Eu estou muito feliz de ser uma artista nova, aos 27 anos e com pouco tempo de carreira, consolidada e já tenho entendimento da minha musicalidade, já tenho entendimento do meu espaço e do que tô trazendo com o meu talento, com a minha voz. Eu sou uma cantora e compositora brasileira e baiana e estar em Salvador, na minha cidade, cantando no maior Festival de Verão… sabe? É algo que eu perco o fôlego só de pensar, eu estou muito feliz e ansiosíssima por esse momento. Eu vou entregar pra Salvador performances do meu novo disco, na minha cidade, né. Eu estou muito feliz.

TMDQA!: Tornando a experiência ainda mais especial você vai dividir o palco com a Ministra Margareth Menezes e com Larissa Luz. Qual é a importância desse encontro de três artistas negras de diferentes gerações em um dos principais festivais do país?

Majur: Vai ser um encontro de gerações do Afropop. Eu me sinto influenciada por Margareth Menezes e por Larissa Luz para construir o meu trabalho, a estética do meu trabalho, o que vou construir nas canções, como eu escrevi, o meu jeito de cantar, o jeito de colocar as percussões. E isso tudo vem da nossa cultura, né? Da cultura soteropolitana, de viver Salvador e Pelourinho.

Eu acho que esse encontro é extremamente potente para Salvador e indica uma permanência dessa cultura, sabe? Eu me sinto uma novidade próxima a elas duas em relação ao trabalho delas, ao tempo de trabalho que elas têm e me sinto honrada de poder dividir o palco com duas grandiosas mulheres. Pra mim é incrível e me sinto apoiada quando estou com elas.

TMDQA!: O que vocês estão preparando para o show do Festival de Verão?

Majur: Não dá pra dar spoiler do que a gente está preparando pro Festival de Verão, mas vocês podem saber de mim uma coisa: eu vou cantar nesse festival as canções novas do meu disco, então fiquem ligados.

TMDQA!: Você lançou “Mapa de Estrelas” como o primeiro single do seu novo disco. Queria saber quais são as principais diferenças na parte de sonoridade e dos assuntos abordados entre Ojunifé e o seu segundo álbum.

Majur: O Ojunifé simboliza o meu renascimento. Eu precisei amar a mim mesma para ter coragem de ser eu mesma, para ter coragem de buscar de fato o meu futuro. Entender o que seria futuro pra mim enquanto uma mulher trans negra e soteropolitana, nordestina, eu acho que são muitos estereótipos que são dotados de preconceito, sabe? De transfobia, de LGBTfobia. E eu tive que vencer tudo isso.

Então, o Ojunifé é uma força e foi exatamente o que me fez mover, porque toda vez que eu escrevia estava me doendo muito mas, quando eu cantei, aquilo me curou. Não só a mim, mas tantas pessoas que ouviram o disco. E eu de fato renasci, eu me casei, hoje eu construo uma família e o mundo sabe exatamente quem eu sou, o que eu penso, o que eu falo. Eu hoje não preciso esconder nada e “Mapa de Estrelas” é exatamente a verdade de quem eu sou agora, sabe? E eu me sinto completamente feliz de poder ser eu, sabe? E esse novo álbum é a celebração disso. Eu vou celebrar viver esse momento.

TMDQA!: Você já anunciou também a participação de Ivete Sangalo no seu próximo disco. Queria saber o que o público pode esperar dessa parceria e se você pode revelar mais alguma participação que vai estar presente no álbum.

Majur: Ivete Sangalo está nesse disco sim e essa música é extremamente solar, assim como esse disco inteiro. O disco é uma celebração sobre o Sol, sobre a energia e isso me lembra muito Salvador. Então, as parcerias que eu trouxe pra esse álbum revelam essa alegria. Se vocês forem analisar… primeiro foi Xamã, agora Ivete Sangalo. Então preparem-se, tá? Que vamos pular, pular, pular e seremos muito felizes!