quarta-feira, fevereiro 26, 2025
spot_img
InícioEditoriasMangueira promete emocionar com a cultura dos povos Bantu

Mangueira promete emocionar com a cultura dos povos Bantu


MÚSICA

Os povos bantus da África Central terão sua história e cultura mostradas na Passarela do Samba do Rio de Janeiro por ninguém menos que uma potência do samba: a Estação Primeira de Mangueira.


Rio de Janeiro (RJ) 03/02/2025 – Confecção de fantasias da Estação Primeira de Mangueira no barracão da escola, na Cidade do Samba, sobre o enredo
Rio de Janeiro (RJ) 03/02/2025 – Confecção de fantasias da Estação Primeira de Mangueira no barracão da escola, na Cidade do Samba, sobre o enredo

Carnaval 2025: Estação Primeira de Mangueira, por Fernando Frazão/Agência Brasil

Em um Brasil ainda escravocrata, os bantus representaram 75% dos africanos escravizados, trazidos como mercadoria ao Brasil. No Rio, chegavam pelo Cais do Valongo, no centro da cidade, região hoje conhecida como Pequena África. E, é a partir do cenário em que o povo negro floresce em solo carioca, que a verde e rosa desenvolve seu enredo para 2025.

MÚSICA

Com planos de reescrever, na Marquês de Sapucaí, uma história que sofreu tantas tentativas de apagamento, a agremiação vai jogar os holofotes sobre os bantus. Em destaque, a influência deles na cultura carioca.

A narrativa do enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões” está nas mãos do carnavalesco Sidnei França, que já carrega cinco títulos em São Paulo e está estreando na Mangueira.

Para ele, revisitar essa história é reforçar as raízes negras da agremiação e da própria cidade do Rio.

“A importância desse enredo se encontra em mais um encontro carnavalesco das raízes dessa agremiação, dessa instituição quase centenária, com o discurso preto, que caracteriza a essência, né, de uma escola de morro, que sempre teve a negritude como o seu pilar. E para o Rio de Janeiro, representa uma possibilidade de revisitar num outro ângulo, numa outra perspectiva, a historicidade preta de uma cidade que foi tão fortemente afetada, não só pelos povos bantus, mas pela negritude historicamente”.

MÚSICA

Desde a primeira chegada dos bantus, até a sua contribuição à língua brasileira e cultura carioca, a trajetória desses povos vai passar pela avenida. Trazer tudo para o presente, e não olhar somente o passado, é fundamental para o carnavalesco.


Rio de Janeiro (RJ) 03/02/2025 – Entrevista com o carnavalesco Sidnei França, da Estação Primeira de Mangueira, no barracão da escola, na Cidade do Samba, sobre o enredo
Rio de Janeiro (RJ) 03/02/2025 – Entrevista com o carnavalesco Sidnei França, da Estação Primeira de Mangueira, no barracão da escola, na Cidade do Samba, sobre o enredo

Rio de Janeiro (RJ) 03/02/2025 – Entrevista com o carnavalesco Sidnei França, da Estação Primeira de Mangueira, no barracão da escola, na Cidade do Samba, sobre o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil – Fernando Frazão/Agência Brasil

“Nos tempos atuais, existe um processo, inclusive, que a antropologia chama de reafricanização, que acontece, inclusive, em todo o território do que se chama de Pequena África. Toda essa região como um berço acolhedor da cultura africana no tempo presente. Então, nós temos hoje angolanos, moçambicanos, congoleses, que desembarcam no Rio de Janeiro hoje e se tornam tranceiros, quituteiras. É muito bonito pensar que esse território se eterniza através da cultura bantu”.

Campeã do Carnaval 20 vezes, desde a estreia em 1932, a Mangueira será a quarta escola a desfilar no dia de abertura do Grupo Especial, no domingo, 2 de março. Na última edição, a agremiação foi a sétima colocada, deixando partido o coração da Nação Mangueirense, que aposta em mais um título.

MÚSICA

*Com supervisão de Tâmara Freire




Via Agência Brasil

RELATED ARTICLES

Most Popular

Recent Comments