domingo, abril 13, 2025
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Mesquita, igreja, templo budista e terreiro: fórum promove visitas guiadas em Foz do Iguaçu


Visitas guiadas em atrativos turísticos e religiosos de Foz do Iguaçu (Oeste), com as diferentes expressões da fé paranaense, são parte da programação do 7º Fórum Paranaense de Turismo Religioso, que teve início na noite de terça-feira (8) e segue até esta quinta-feira (10). Por meio do evento, centenas de participantes e pessoas ligadas à fé e espiritualidade estão reunidas em prol da interreligiosidade no turismo, com visitas a templos de diferentes vertentes.

São ofertadas visitas guiadas em pontos turísticos, locais de devoção e sagrados de diferentes religiões. O circuito envolve a Mesquita Omar Ibn Al Khattab, o Templo Budista Chen Tien, o Terreiro Ile Baru e a Catedral Nossa Senhora de Guadalupe.

“Esse evento ajuda a desenvolver o setor turístico, sobretudo no Paraná, em que não faltam atrativos destes. Esse recorte abrange várias demonstrações de fé, sendo um importante indutor, com os peregrinos, missioneiros e outras pessoas que buscam esse contato mais próximo da sua devoção”, disse o secretário estadual do Turismo, Leonaldo Paranhos. “Além do retorno positivo ao setor, criando empregos e gerando renda, a religiosidade também traz paz e calma para os viajantes”.

O fórum é organizado pelo Comitê Interinstitucional do Turismo Religioso Paranaense, vinculado à Secretaria do Turismo do Paraná (Setu-PR), em parceria com outras instituições. Ele conta com a colaboração e participação de gestores, técnicos e fiéis do islamismo, catolicismo, denominações evangélicas, de matriz africana, budistas e vários outros. 

Eliseu Rocha, coordenador do Comitê, explica que a diversidade cultural que o município tem é grandiosa, sobretudo no segmento do turismo religioso. “Esse encontro fomenta o turismo e o respeito às matrizes de cada um. Muitos dos locais já contam com centro de visitação e recepção de turistas, porque entendem a importância de apresentar a sua fé aos viajantes. A troca de experiência turístico-religiosas, inclusive dos vizinhos paraguaios e argentinos que estão no evento, é única”, disse.

As visitas guiadas também proporcionam maior contato com o fluxo turístico que os templos e casas de fé de Foz do Iguaçu já recebem. Cezilene Morais é natural de Campina Grande, na Paraíba, e visitou a Catedral do município junto ao grupo que participa do fórum. “Estamos de férias e o roteiro original não contava com a igreja, mas após conhecermos mais da história dessa Catedral decidimos nos separar do grupo grande e visitá-la”, explicou.

OPORTUNIDADE – A Mesquita de Foz do Iguaçu, que ao longo do ano já recebe muitos turistas e visitantes, é a sede principal do evento. Nela aconteceu a cerimônia de abertura, com a presença do governador em exercício Darci Piana e de outras autoridades. Esta é a primeira vez em que o fórum é realizado em um templo não cristão, jogando holofotes a interreligiosidade paranaense, sobretudo no setor turístico.

“Só temos que agradecer ao nosso criador pela dádiva de poder promover, pela primeira vez, o fórum na mesquita. Essa é uma oportunidade de expressar respeito e conviver ao longo destes dias, compartilhando com pessoas de outras religiões esse clima de irmandade, conhecendo uns aos outros e aprendendo mais sobre a fé de cada povo”, explicou o Sheikh Oussama, grande líder da Mesquita de Foz do Iguaçu.

A Mesquita Omar Ibn Al-Khatab, inaugurada em 1987, fica localizada em um bairro com uma das maiores comunidades árabes do mundo e a segunda maior do Brasil, perdendo apenas para São Paulo. O local é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.

O projeto arquitetônico, considerado audacioso para a época, conta com o maior vão livre de cúpula em concreto armado de toda América Latina, comportando quase 600 pessoas, além de duas torres (minaretes) na parte externa, cada uma com mais de 30 metros de altura. Dentro, é possível encontrar arabescos e decorações que remetem à religião, onde os fiéis se reúnem cinco vezes ao dia para oração.

BUDISMO – Na cidade das Cataratas, é possível encontrar o Templo Budista Chen Tien, fundado em 1996 pela comunidade chinesa e taiwanesa da região. O local possui mais de 120 estátuas, cada uma com seu significado, espalhadas por um grande jardim aberto. O espaço garantiu à cidade alguns reconhecimentos internacionais, como o de 2° maior templo budista da América Latina e maior representação de Buda na América do Sul, graças a uma estátua de 10 metros importada diretamente da China. 

O passeio completo leva cerca de uma hora para ser feito, proporcionando momentos de reflexão aos visitantes, que podem conhecer um pouco mais da filosofia budista. A diretora executiva do templo, Monica Chen, alega que o monastério é sustentado por doações livres da comunidade budista e dos próprios visitantes que, durante a semana, variam entre centenas e milhares.



Na cidade das Cataratas, é possível encontrar o Templo Budista Chen Tien, fundado em 1996. Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

MATRIZ AFRICANA – Ao lado de muitos terreiros e ilês presentes em Foz do Iguaçu, a casa de asé Ilê Baru foi fundada pela Iyalorisá Edna de Baru e conta com giras, saídas de santo e demais celebrações ligadas a Umbanda e ao Candomblé. O local também está à frente do Grupo Senzala Foz e da Colônia Afro Brasileira, sempre envolvido em eventos populares, culturais e beneficentes.

Desde os anos 1990, o terreiro funciona como lugar de culto à fé de matriz africana e promoção das expressões afro-religiosas. Além das celebrações de Candomblé e Umbanda abertas ao público, o Ile Baru promove oficinas e palestras sobre expressões culturais, danças tradicionais, lançamentos de livros e festivais.

Além dos templos, Foz também se destaca nas festas e comemorações religiosas. O município possuí comemorações tradicionais, com ritos e celebrações em devoção a Iemanjá, considerada a mãe dos orixás dentro da Umbanda e vertentes do Candomblé. Sempre em fevereiro, a tríplice fronteira é palco da homenagem à Orixá, que recebe cortejos nas águas dos rios Paraná e Iguaçu como forma de devoção de fé e respeito.

CRISTIANISMO – A Catedral Diocesana Nossa Senhora de Guadalupe teve sua pedra fundamental colocada no dia 26 de junho de 2003, com projeto arquitetônico concebido por Emilio Benvenuto Zanon e início da construção em 1º de maio de 2004. Em outubro de 2015, a Capela do Santíssimo, com capacidade para 120 pessoas, foi inaugurada. Em 2016, a Cripta, destinada ao sepultamento de sacerdotes e bispos, foi concluída. 

O local fortalece a devoção à padroeira da América Latina em Foz do Iguaçu, uma cidade de três fronteiras e principal ponto de contato entre diversas culturas e tradições. A construção moderna mistura elementos góticos nas janelas inferiores. A própria estrutura, projetada em formato de Cruz Grega, com um círculo em seu centro, simboliza a perfeição e a eternidade de Deus, além da aliança entre Deus e a humanidade. Uma curiosidade é que a catedral conta com três portas iguais, uma simbologia de que os brasileiros, paraguaios e argentinos sempre serão bem-vindos no local.



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