sábado, março 22, 2025
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Ministério e BNDES lançam edital para arquitetos negros


Dia 21 de Março! Data com dupla celebração: o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.

O Ministério da Igualdade Racial e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aproveitaram a data para lançar um edital para arquitetos negros idealizarem o Distrito Cultural da Pequena África. A solenidade aconteceu na sede do BNDES, no centro do Rio de Janeiro.

A ideia é fazer um concurso de projetos urbanísticos e arquitetônicos inovadores para a região considerada berço histórico da comunidade afro-brasileira, na Zona Portuária da capital fluminense, e ainda construir uma base de políticas afirmativas, tendo como meta o reconhecimento internacional da região.

As propostas de melhorias urbanísticas deverão integrar espaços de relevância para a identidade afro-brasileira e a herança africana, na forma de um distrito cultural que funcionará como um museu a céu aberto. 

Serão três meses de concurso. Podem participar arquitetos ou urbanistas negros. Serão avaliadas ideias para melhorar a região da Pequena África. As três melhores vão ganhar prêmios entre R$ 13 mil e R$ 78 mil. Antes de colocar em prática, os projetos terão escuta e avaliação popular.

Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, que participou da cerimônia, o edital é uma oportunidade não só de reparação histórica, mas também de promover evoluções:

“É uma entrega que fala da história, que fala da memória, mas que fala do futuro, porque a gente aqui tá pontuando uma linha, uma fronteira, entre passado e futuro. Sem esquecer o passado, mas a gente entendendo que a gente tá plantando coisas para as novas gerações dizerem que houve alguma mudança. Mas a mudança a gente só poder fazer se for coletivamente, dando as mãos, nos apoiando, para a gente ultrapassar essa barreira agora”.

Também presente no evento, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, elogiou a iniciativa e lembrou da irmã, a vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018:

“O mês de março se tornou pra gente um mês em que a saudade aperta por conta de Marielle. Eu queria dizer da honra que é estar e caminhar ao lado de mulheres como as que estão aqui hoje. A gente podia estar em qualquer lugar, em qualquer espaço de poder, em qualquer cargo. Vontade política e saber de onde vem, honrando aquilo que a gente acredita”.

A região da Pequena África fica no centro do Rio de Janeiro. É onde fica o Cais do Valongo, que recebeu, por cerca de 350 anos, mais de quatro milhões de africanos para serem escravizados no Brasil. O local representa um dos mais importantes legados da cultura e da resistência negra no país.




Via Agência Brasil

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