A escritora, ensaísta e crítica literária Heloísa Teixeira morreu, aos 85 anos, na manhã desta sexta-feira (28), em decorrência de uma insuficiência respiratória aguda causada por pneumonia. Heloísa, que durante anos usou o sobrenome Buarque de Holanda, do marido já falecido, recentemente passou a adotar o sobrenome da mãe, Teixeira.
Imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupou a cadeira de número 30, para a qual foi eleita em 2023, sucedendo a escritora Nélida Piñon. Heloísa Teixeira é considerada uma das mais importantes pensadoras do feminismo e estudos de gênero no país. Suas obras também abordaram as relações étnico-raciais, culturas marginalizadas e digitais.
Entre suas publicações mais destacadas, estão: 26 poetas hoje, antologia que revelou artistas da poesia marginal em 1976, Tendências e impasses – O feminismo como crítica da cultura, de 1994, e Explosão feminista, de 2018.
Heloísa Teixeira foi professora emérita da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde coordenou o Programa Avançado de Cultura Contemporânea. Lá criou, em 2009, a Universidade das Quebradas, espaço para promover a troca de conhecimentos com produtores culturais e artistas das periferias.
Nascida em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi para o Rio de Janeiro com a família aos quatro anos de idade. A escritora deixa três filhos cineastas.
Em nota, a ABL afirmou que Helô, como era chamada, foi imensa e deixa um legado incontestável de pensamento crítico, generosidade e compromisso com uma cultura mais justa, plural e inclusiva.
O Ministério da Cultura também lamentou a morte da escritora e lembrou, em nota, que ela teve uma trajetória marcada pela defesa da cultura, da literatura e dos direitos das mulheres.
O corpo de Heloísa Teixeira será velado neste sábado (29), na sede da ABL, no Rio de Janeiro.