Douradina, na região Noroeste do Paraná, passou a compor o Mapa do Turismo Brasileiro, que reúne municípios que adotam a atividade turística como estratégia de desenvolvimento e prioridade em seus planos de trabalho, realizando investimentos e ações para a promoção do setor. A certificação do Ministério do Turismo a Douradina foi emitido na última semana.
Com isso, o Paraná passa a contar com 161 municípios no mapa e tem cada vez mais locais se qualificando. O que, segundo o secretário estadual do Turismo, Leonaldo Paranhos, é uma prova de que o turismo estadual cresce em vários aspectos. “Estar no Mapa do Turismo Brasileiro significa estar alinhado com os princípios da Política Nacional de Turismo, habilitando nossos municípios para a captação de recursos federais, tão importantes para o desenvolvimento dos territórios”, afirma.
Douradina entrou no mapa na categoria “oferta turística complementar”, uma vez que o território está próximo de áreas importantes e de destaque para a região, complementando a oferta com sua gastronomia local, natureza e opções de turismo rural, onde é possível conhecer mais da cultural local. Por exemplo, o município está a aproximadamente 50 km de Porto Camargo, em Icaraíma, que conta com diversas ofertas de turismo náutico e atividades nas águas do Rio Paraná.
“Compartilho esse feito histórico, essa conquista para o nosso município, que agora faz parte da Agência de Desenvolvimento Regional e está no Mapa do Turismo Brasileiro. Com isso, podemos receber mais investimentos e aprimorar esse segmento tão importante para o Paraná e para o Brasil. Estamos comemorando a certificação do Ministério do Turismo”, diz o prefeito de Douradina, Oberdan de Oliveira.
Estar no mapa representa um avanço em âmbito local, estadual e nacional, uma vez que os territórios das Agências de Desenvolvimento Regional fazem parte de uma grande rede destinada à identificação do desempenho local. Para entrar, os municípios precisam atender aos critérios estabelecidos em âmbitos nacional e estadual. Um deles é possuir um órgão local que seja responsável pelo setor turístico e um orçamento definido para investimentos.
Também é necessário que as empresas e trabalhadores estejam registrados no Cadastur – sistema do Ministério do Turismo que regulamenta o setor. Os municípios interessados podem realizar os primeiros passos para ingressar no mapa clicando AQUI.
ATUALIZAÇÃO – A iniciativa federal passou por uma atualização recente, por meio do novo Plano Nacional do Turismo (PNT), da Lei Geral do Turismo (Nº 14.978, de 2024) e do Programa de Regionalização do Turismo, com a portaria Nº 9 de 24/04/25. Sobre a categorização, antes municípios eram elencados por meio de um ranking nas posições A, B, C e D. Agora são separados em: turístico; com oferta turística complementar; e de apoio ao turismo.
Do total de municípios paranaenses, 18 estão na seção mais alta – classificados como turísticos –, enquanto 142 são de oferta turística complementar e 1 é de apoio. O Estado corresponde a 6% de todos os municípios categorizados no mapa nacional, que possui 2.550 catalogados.
Participar da iniciativa também ajuda nas tomadas de decisões estratégicas da gestão pública, que pode orientar novas políticas específicas para cada município, entendendo as necessidades. É o que explica Alessandra de Paula Xavier, turismóloga da Secretaria do Turismo (Setu-PR).
“O mapa é o principal instrumento do Programa de Regionalização do Turismo e propicia diversos benefícios aos municípios, como o repasse de recursos públicos do Ministério do Turismo, que hoje é destinado apenas aos locais no mapa. Com isso, também são fomentadas as atividades que desenvolvem os territórios, impactando os serviços, a renda, a geração de emprego e a promoção daquele local”, diz.
CAMINHOS DO PEABIRU – Alessandra também comenta que, além do apoio e fomento institucional que o Estado presta, explicando as vantagens e a importância do mapa, projetos estaduais também têm incentivado os municípios a buscarem o ingresso. Segundo ela, um dos mais impactantes neste quesito é o programa de estruturação da Rota Turística Caminhos do Peabiru, aprovado pelo Decreto Estadual nº 8.025/2024.
A rota histórica de mais de 3 mil anos atravessa o Paraná e vai até o Peru, conectando o Oceano Atlântico ao Pacífico, por meio de uma rede de trilhas que, somente no Paraná, totalizam 2,2 mil quilômetros e compreendem mais de 700 sítios arqueológicos. No Estado, os caminhos vão de Paranaguá a Foz do Iguaçu e a Guaíra.
Por meio do programa, foi oportunizado às prefeituras uma série de qualificações técnicas para fomentarem o turismo local com o caminho. Com adesão formal de 92 municípios, o trabalho de qualificação tem sido desenvolvido pela Secretaria do Turismo (Setu) e Secretaria do Planejamento (SEPL), e tinha como um dos requisitos de participação a presença do território interessado no Mapa do Turismo Brasileiro.
Na região Oeste, Nova Aurora voltou a integrar o mapa recentemente após um hiato de oito anos. Segundo Audrey Brustolin, secretário de Indústria, Comércio e Turismo do município de mais de 13 mil habitantes (IBGE), o retorno foi motivado pelos benefícios que a categorização acarreta e pela Rota Turística Caminhos do Peabiru.
“Com apoio da nossa Instância de Governança Regional, conseguimos nos qualificar, atualizar e voltar ao Mapa do Turismo Brasileiro, da qual não fazíamos parte desde 2017. Agora, estamos preparados para receber futuros investimentos do governo federal e fortalecer o turismo da nossa região. Nova Aurora tem potencial, como a grande Festa da Tilápia e o Caminho do Peabiru, que atravessa o Estado, e da qual temos o privilégio de fazer parte do trajeto”, diz.
PERTENCIMENTO – Outro critério importante é que as prefeituras estejam vinculadas a uma Instância de Governança Regional (IGR), que pode ser conselho, associação, fórum ou comitê. O Paraná tem vantagem neste aspecto, contando com IGRs que abrangem todas as suas 18 Regiões Turísticas, de norte a sul, de leste a oeste.
Katia Lys Mueller é diretora-executiva da Adetur Riquezas do Oeste, Instância de Governança (IGR) responsável por fomentar o turismo em 32 municípios da região Oeste do Paraná. Ela explica que o trabalho feito pela organização é importante neste contexto, um elo entre os municípios, a iniciativa privada do turismo e o poder público.
“As IGRs são fundamentais para o desenvolvimento do turismo municipal, sobretudo na inclusão no Mapa do Turismo Brasileiro. Apesar dessa função, participar de uma instância de governança vai muito além de só estar incluso no mapa. Representa a inserção dentro de uma estratégia coletiva, que promove o território de maneira mais eficiente, propondo roteiros e identificando os potenciais daquele local”, explica.