Além dos alunos das escolas parceiras, como as Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES), 3.600 estudantes com síndrome de Down estão matriculados no ensino regular e nas escolas especializadas da rede estadual de ensino do Paraná. Entre eles, está um grupo de 30 alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental de Educação Especial José Richa, em Curitiba. É com o exemplo e com as imagens desta turma que a Secretaria de Estado da Educação (Seed/PR) celebra o Dia Mundial da Síndrome de Down.
Além de posar para as fotos, Kauane, João Victor, Jéssika, Renan, Davi, Evelize, Pedro, Jean Carlos, Gustavo, Fernanda Cassol, Fernanda Zarnicinski, Arnaldo, Eduardo, Bruna e Ana Fabíola comprovam, na prática, a importância da escola no desenvolvimento social, no aprendizado e, claro, na inclusão.
Pela manhã, os estudantes, com idades de 11 a 62 anos, frequentam as aulas, a partir de uma proposta pedagógica de alfabetização que utiliza sílabas, o que tem resultado em avanços significativos na leitura e escrita, de acordo com a condição de cada um. No período da tarde, participam de atividades diversificadas e lúdicas, como jogos de computador.
“No ambiente escolar, eles se sentem acolhidos, inseridos socialmente, aprendem a se relacionar, crescer e a ter autonomia. Isso só traz benefícios”, afirma a diretora Juçara Reinhardt Luiza. “A gestão de uma escola de educação especial é algo muito prazeroso, recebemos carinho, amor e em troca levantamos a bandeira do respeito e do investimento nessa modalidade, que é mais que um ofício, é uma causa”.
Aos 39 anos, Jean Carlos, que frequenta a escola há oito, tem o privilégio de ter a mãe por perto. É que Denise de Cássia Alves Ferreira também é professora na escola. “Acho que eu sou ainda mais privilegiada por poder estar próxima do meu filho e acompanhar de perto cada pequena vitória dele. Depois que entrou aqui, o Jean melhorou muito o aprendizado e a oralidade”, conta.
Como professora, Denise diz que atende os alunos de forma individualizada, de acordo com a especificidade de cada um. Um trabalho coletivo, que requer identificar as dificuldades de cada estudante e atuar para desenvolver o potencial deles. “Aqui somos uma família. E a alegria estampada nos rostos desta turminha demonstra o quanto eles se sentem especiais e cuidados por nós aqui dentro”, ressalta. “Como professora, digo que a escola é tudo para os alunos e para nós, professores. Cada um aprende da sua maneira”.
DATA – Desde 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 21 de março como o Dia Internacional da Síndrome de Down para representar o movimento em referência à variação genética que caracteriza a síndrome: a trissomia que ocorre no cromossomo 21. No Paraná, a Lei 20.599, de 31 de maio de 2021, instituiu o Dia Estadual da Conscientização sobre a Síndrome de Down e a Semana de Ações no Campo da Síndrome de Down.
“Esta é uma data de extrema importância para que, mais do que o respeito constitucional, mais do que a garantia de direitos, ajuda a refletir para que possamos dar visibilidade e promover a inclusão das pessoas com síndrome de Down, e demonstrar que elas são dotadas de desejos, de vontades, de experiências e, acima de tudo, de direitos”, afirma a chefe do Departamento de Educação Inclusiva da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Maíra de Oliveira.
REDE – Além dos estudantes matriculados nas escolas estaduais, ainda há o atendimento na rede conveniada, na qual uma parceria entre o Governo do Paraná e organizações da sociedade civil também garante atendimento educacional especializado e a inclusão social à pessoa com síndrome de Down. São 400 instituições mantenedoras de escolas de educação básica na modalidade de Educação Especial e de Centros de Atendimento Educacional Especializados.
O valor médio repassado às instituições parceiras para o atendimento de alunos com deficiência é de R$ 483 milhões/ano. De acordo com o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, o ensino na rede regular e o ofertado nos convênios possibilitam aos estudantes, diante das suas especificidades, adaptações e flexibilização, atendimento colaborativo, apoio à autonomia e a socialização. “Além do investimento em pessoal, os recursos vão para a aquisição de equipamentos, reformas e na merenda escolar. Isso reforça a inclusão nas escolas”, afirma.
“As ações ainda incluem a presença de profissionais de apoio escolar para os estudantes que precisam de auxílio para alimentação, higiene e locomoção; atendimento no contraturno nas salas de recursos e implantação do Atendimento Educacional Especializado à Inclusão nas Escolas de Tempo Integral (AEE)”, complementa o secretário.