A ciência e a inovação podem elevar a presença do agro brasileiro no mercado mundial. A afirmação foi feita pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, na abertura do Fórum Nacional de Trigo e 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (16ª RCBPTT), na noite desta terça-feira (25), no distrito de Entre Rios, em Guarapuava.

O encontro no Centro de Eventos da Cooperativa Agrária debateu temas como a qualidade do trigo brasileiro comparada à de países vizinhos e a contribuição da triticultura no cenário da agropecuária brasileira.

Ortigara defendeu que o Brasil evoluiu significativamente na capacidade de produzir alimentos e fibras, e que grande parte desse resultado se explica pelo conhecimento aplicado. “Somos um país com presença forte em cerca de 40 cadeias no mundo. Temos a possibilidade concreta de continuar nos desenvolvendo, de tornar o principal negócio do Brasil gigante no comércio mundial, com políticas agrícolas e pegada firme na ciência e na inovação”, disse.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ciclo 2022/2023 deve somar 317,6 milhões de toneladas de grãos no Brasil, maior volume já produzido. Ortigara destacou que, daqui a 10 safras, a produção pode atingir 390 milhões de toneladas. “Estamos ganhando em produtividade e existe espaço para o crescimento do trigo”, afirmou.

A produção recorde de trigo no País, de 10,6 milhões de toneladas, colaborou para a redução das importações do cereal. No primeiro semestre de 2023, o Brasil importou 2,1 milhões de toneladas, 35% menos do que as 3,2 milhões de toneladas importadas no primeiro semestre de 2022, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária analisados no Boletim Agropecuário do Departamento de Economia Rural (Deral).

O Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de trigo no primeiro semestre, terceiro maior volume já comercializado nesse período. “O que foi feito nos últimos anos sinaliza que nós, além de conquistarmos a tão sonhada autossuficiência, também podemos ser jogadores no mercado mundial”, completou o secretário.

Juntos, o Paraná e o Rio Grande do Sul produzem 90% do trigo brasileiro. No ciclo 2022/2023, o Paraná pode ter produção recorde. Segundo o Deral, a safra de trigo no Estado está estimada em 4,6 milhões de toneladas, 30% mais que na safra passada.

LANÇAMENTO – No mesmo evento, foi lançada a Biotrigo Weiss, primeira variedade de trigo desenvolvida no Brasil para fabricação de malte, parceria entre a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária e a Biotrigo Genética. A cultivar atende requisitos da indústria cervejeira, como alta produtividade, baixa suscetibilidade a acamamento e doenças, baixa proteína e bom potencial germinativo.

A produção do cereal em escala suficiente para atender à demanda da indústria deve se concretizar em 2025. Atualmente, para produzir malte de trigo no Brasil é preciso importar matéria-prima, especialmente da Argentina.

EVENTO – A programação da 16ª RCBPTT apresenta trabalhos recentes de pesquisa desenvolvidos por instituições públicas e privadas para aprimoramento dos sistemas de produção de trigo e triticale no País. “Louvamos o esforço da pesquisa, da Embrapa, do IDR-Paraná, e também a ciência feita pelas empresas privadas no desenvolvimento de produtos e condições de todo tipo para o principal negócio do Brasil”, disse Ortigara.

PRESENÇAS – Também participaram do Fórum Nacional de Trigo 2023 e da 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale o diretor institucional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Diniz Dias de Oliveira, o gerente regional do IDR-Paraná em Guarapuava, Bruno Krevoruczka, o chefe do núcleo da Seab em Guarapuava, Arthur Bittencourt, além de técnicos do Sistema Estadual de Agricultura.



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