O público que passa pelo Show Rural Coopavel, em Cascavel, conhece a nova cultivar de feijão do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) e de mais 20 cultivares de outras culturas. Além do feijão, soja, mandioca, milho e plantas de cobertura são algumas das opções apresentadas no espaço, já visitado por mais de 1.500 pessoas.

Antes mesmo do lançamento oficial, previsto para março, a IPR Águia, nova cultivar de feijão, já desperta o interesse do setor produtivo. Representantes Marambaia Sementes, de Rio Verde (GO), estiveram reunidos com pesquisadores do Instituto. De acordo com a gerente comercial da empresa, Chayene Cynthia, o objetivo da visita é de já iniciar a multiplicação de IPR Águia a partir de março, quando a empresa inicia a próxima produção. Ainda de acordo com ela o interesse, mesmo antes do lançamento, se dá pela qualidade reconhecida das cultivares do IDR-Paraná.

“Trabalhamos com os materiais do Instituto desde 2011. O nosso carro-chefe, hoje, é o IPR Sabiá, que representa 70% das vendas só no Paraná. A sanidade e a fácil adaptação das cultivares chamam a atenção e, por isso, já estamos com boas expectativas para o próximo lançamento”, afirma.

Para Thiago Pagano, representante comercial da empresa, algumas das características da IPR Águia, como escurecimento lento e porte ereto, vêm atender a demanda também de outros estados onde a empresa pretende se inserir. “Aqui no Paraná já temos uma boa aceitação, mas com o IPR Águia queremos expandir nossa comercialização para a região sul de São Paulo também”, afirma.

LANÇAMENTOS – O IDR-Paraná programou para 2023 o lançamento de duas novas cultivares de feijão: além da IPR Águia, também a IPR Cardeal. A IPR Águia, do grupo comercial carioca, se destaca pela alta tolerância ao escurecimento dos grãos, característica desejada por todos os elos da cadeia produtiva e especialmente importante para os agricultores, já que lhes permite estocar a produção e decidir sobre o melhor momento de fazer a venda.

A nova cultivar tem ciclo de 88 dias e potencial produtivo ao redor de 3,3 toneladas por hectare. É resistente à ferrugem, oídio e mosaico comum; moderadamente resistente à antracnose, crestamento bacteriano comum, murcha de curtobacterium e mancha angular; e suscetível a mosaico dourado.

Já a IPR Cardeal, de grãos vermelhos (tipo Dark Red Kidney), desenvolvida para o segmento de exportação, será utilizada para a indústria de enlatados e conservas. Com ciclo de 78 dias, a IPR Cardeal pode alcançar produtividade de 3 toneladas por hectare. É resistente à ferrugem e ao mosaico comum; moderadamente resistente à antracnose, mancha angular e murcha de curtobacterium; e suscetível a mosaico dourado, crestamento bacteriano comum e oídio.

As duas cultivares são adaptadas aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

INTERESSE  Segundo José Neto, pesquisador e coordenador de grãos do IDR-Paraná, a busca pelas unidades demonstrativas dos cultivares neste ano foi acima da média. “Recebemos mais de 1.500 pessoas buscando informações sobre os cultivares, principalmente dos lançamentos. Atendemos desde produtores de sementes e agricultores até consumidores interessados na qualidade dos novos grãos que apresentam, dentre as características, menor tempo de cozimento, o que chama atenção do público urbano”, afirma José Neto.



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