As cultivares de feijão IPR Águia e IPR Cardeal serão lançadas oficialmente no decorrer de 2023, mas quem for ao Show Rural vai conhecer em primeira mão os atributos das novas opções que o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) oferece ao mercado. O Show Rural 2023 começa na segunda-feira (6) e prossegue até 10 de fevereiro, em Cascavel.

A diretora de Pesquisa e Inovação da instituição, Vania Moda Cirino, explica que os cultivares atendem as exigências do produtor, da cadeia de processamento e do consumidor. “São grãos de bom aspecto comercial, cozimento rápido, caldo consistente e alto teor nutritivo”, descreve.

Em condições adequadas de armazenamento, os grãos de IPR Águia, feijão do grupo comercial carioca, levam cerca de nove meses para escurecer, uma característica bastante desejada por toda a cadeia produtiva, mas especialmente importante para os agricultores.

“É um atributo que permite aos produtores estocar a produção e, dessa forma, ganhar mais autonomia para decidir sobre a venda”, explica a diretora, que também é pesquisadora na área de melhoramento vegetal.

As duas cultivares são adaptadas aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

No campo, IPR Águia tem ciclo de 88 dias e potencial produtivo em torno de 3,3 toneladas por hectare. É resistente a doenças da ferrugem, oídio e mosaico comum, moderadamente resistente à antracnose, crestamento bacteriano comum, murcha de curtobacterium e mancha angular, e suscetível a mosaico dourado.

O IDR-Paraná também apresenta no Show Rural sua nova cultivar do grupo comercial especial, IPR Cardeal, de grãos vermelhos (tipo Dark Red Kidney), desenvolvida para o segmento de exportação, particularmente a indústria de enlatados e conservas. Com ciclo de 78 dias, pode alcançar produtividade de 3 toneladas por hectare. É resistente à ferrugem e ao mosaico comum; moderadamente resistente à antracnose, mancha angular e murcha de curtobacterium; e suscetível a mosaico dourado, crestamento bacteriano comum e oídio.

SOJA – A soja na alimentação humana é o outro destaque do IDR-Paraná no Show Rural, com as cultivares IPR Basalto, IPR Petrovita e IPR Pé-Vermelho, obtidas em parceria com a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e UFV (Universidade Federal de Viçosa).

Desenvolvidas para o consumo humano direto e sem o uso da transgenia, as cultivares produzem grãos de sabor delicado, pois foram retiradas as enzimas que geram o gosto desagradável característico da soja.

As três cultivares têm produtividade potencial que supera 5 toneladas por hectare e apresentam bom desempenho agronômico. O ciclo é precoce, chegam à colheita entre 115 e 125 dias. No Show Rural, será possível conferir o desempenho dessas cultivares em duas épocas de plantio.

MILHO – Também serão levados ao evento variedades de milho, como a IPR 216. O diferencial desta variedade IPR 216 é a dupla aptidão, pois pode ser cultivado tanto para obtenção de grãos como para silagem. É uma variedade de porte médio, boa tolerância ao acamamento e quebramento, ciclo precoce, espigas bem empalhadas e bom comportamento em relação às principais doenças da cultura.

Se o objetivo é produzir grãos, sua produtividade pode chegar a 80% de um híbrido de alto rendimento. Se cultivada para silagem, o rendimento pode alcançar 55 toneladas por hectare. A IPR 216 foi lançada como opção para produtores que adotam a estratégia de aplicar tecnologias de baixo custo ou que buscam minimizar perdas em plantios de risco.

A IPR 164 é outra opção de milho que o IDR-Paraná leva ao Show Rural. A cultivar tem boas características agronômicas e flexibilidade de semeadura para ser adotada tanto na primeira como na segunda safra. É moderadamente resistente às principais doenças da cultura, tem boa tolerância ao acamamento e ao quebramento e produz espigas com excelente empalhamento. O baixo custo de sementes é uma vantagem adicional.

Para os agricultores que se dedicam à produção de milho branco, o IDR-Paraná mostra a cultivar IPR 127, um híbrido simples, desenvolvido para produtores interessados no mercado de canjica, fubá, amido e farinha. Indicada para cultivo nas duas safras, a cultivar tem ciclo precoce e boa tolerância ao acamamento e ao quebramento. Os grãos são do tipo duro, preferidos no segmento, e muito valorizados pelo alto rendimento no processamento industrial.

MANDIOCA – Apropriada para a obtenção de farinha e de fécula, IPR Paraguainha é mais produtiva que as opções atualmente disponíveis no mercado e apresenta alto rendimento de amido no processamento industrial.

Indicada para plantio direto ou convencional, pode ser cultivada tanto em solos argilosos e também em terrenos com maior teor de areia. Possui resistência moderada às principais doenças, plantas de porte médio que facilitam os tratos culturais na lavoura e altura de inserção das ramificações que beneficiam o cultivo mecanizado.

Já a cultivar IPR Upira, para o consumo de mesa, destaca-se pelo alto valor nutritivo e a cor alaranjada das raízes, decorrente do alto teor de carotenoides, substância precursora da vitamina A. Outro ponto positivo é o cozimento rápido, em cerca de 20 minutos.

SHOW RURAL – Realizado pela Coopavel (Cooperativa Agroindustrial de Cascavel), o Show Rural é um dos principais eventos do país dedicados à disseminação de tecnologias para agricultura e pecuária. A edição deste ano começa segunda-feira (6) e prossegue até 10 de fevereiro, em Cascavel (Oeste do Estado).



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