Foram divulgados ontem, na manhã de terça-feira, dia 24 de janeiro, os indicados ao Oscar 2023. Esta será a 95ª edição dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Como de costume algumas produções eram certas de figurarem entre os nomeados, como Os Fabelmans (novo trabalho do genial Steven Spielberg) e Os Banshees de Inisherin (do diretor Martin McDonagh, que vem sendo enaltecido como um dos melhores filmes da temporada). Outros, embora muito badalados e donos de grande torcida por parte de seus fãs, se tornam uma bem-vinda surpresa quando suas indicações são de fato confirmadas. Nesta edição, produções como Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, Avatar: O Caminho da Água e até mesmo Top Gun: Maverick se tornam os azarões.

Esta nova matéria sobre o Oscar, no entanto, tem como foco as atrizes que foram “esquecidas no churrasco”. Estrelas e atrizes que entregaram tudo de si em uma performance que visava prêmios e que por alguma razão foram completamente esnobadas pelos votantes da Academia. Na matéria temos casos de atrizes que até foram lembradas por outros prêmios de prestígio, como o SAG (premiação do sindicato dos atores americanos), o BAFTA (o Oscar inglês) e o Globo de Ouro, mas deixadas de fora do Oscar. Temos também casos de atrizes cuja performance era dada como certa de figurar entre os indicadas pelos especialistas, mas devido à falta de popularidade do filme em que estrelam (seja com o público ou com os críticos), terminaram esnobadas. Selecionamos 10 que poderiam figurar nessa edição do Oscar. Confira abaixo.

A gigante Viola Davis foi uma das ausências mais sentidas nesta nova edição dos prêmios da Academia. Vencedora do Oscar por Um Limite Entre Nós (2016) e dona de outras três indicações (A Voz Suprema do Blues, Histórias Cruzadas e Dúvida), Davis é a estrela do empoderado drama histórico de ação A Mulher Rei, que fala sobre uma tribo de mulheres guerreiras africanas. O filme não obteve nenhuma indicação no Oscar, mas a atriz foi indicada por seu desempenho em premiações importantes como o SAG (prêmio do sindicado dos atores), o BAFTA (o Oscar britânico) e no Globo de Ouro.

A jovem estrela Jennifer Lawrence também já possui sua estatueta do Oscar decorando a casa, pelo filme O Lado Bom da Vida (2012). Além disso, assim como Viola Davis tem outras três indicações para chamar de sua – pelos filmes Inverno da Alma, Trapaça e Joy: O Nome do Sucesso. Ao se afastar das superproduções e apostar numa obra menor e mais intimista, J-Law deu tudo de si no retrato de uma militar tentando curar um trauma físico e psicológico, e é claro que buscava reconhecimento por sua atuação. Apesar disso, quem apareceu em todas as premiações da temporada foi seu parceiro de tela, Brian Tyree Henry – conseguindo inclusive chegar até o Oscar com uma indicação.

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Um dos filmes mais esnobados pelo Oscar 2023 foi esta produção que retrata o epicentro do movimento #metoo, que expôs os abusos sexuais e psicológicos sofridos por mulheres dentro da indústria audiovisual norte-americana. Foi graças ao movimento e sua repercussão, que teve muitas atrizes trazendo à tona e levando à público suas dolorosas experiências pessoais contra predadores muito conhecidos, que a conduta profissional dentro de ambientes assim foram modificadas para sempre. Ela Disse mostra a investigação de duas jornalistas mulheres do New York Times para descortinar essa história e era considerado o Spotlight de 2023. Dando corpo a esta narrativa duas jovens atrizes de muito talento: Carey Mulligan (indicada ao Oscar por Bela Vingança e Educação) e Zoe Kazan. As duas também foram solenemente ignoradas, apesar de seus fortes desempenhos. Mulligan, no entanto, recebeu indicações no BAFTA e no Globo de Ouro.

Danielle Deadwyler é uma atriz que figurava em muitos dos bolões de especuladores para indicações ao Oscar 2023. Embora não seja um rosto ainda muito conhecido pelo grande público, a atriz já participou de séries como Atlanta, Watchmen e Station Eleven, e de filmes como Vingança e Castigo (2021). Mas o que chamou atenção dos cinéfilos foi o desempenho de Deadwyler no drama sobre racismo, baseado numa história real, Till – A Busca por Justiça, da Universal Pictures, que relata o assassinato do jovem negro Emmett Till em 1955 – a atriz interpreta sua mãe. Deadwyler foi indicada no SAG e no BAFTA, mas terminou esnobada, assim como o filme, no Oscar.

O drama Entre Mulheres obteve duas indicações ao Oscar 2023, incluindo melhor filme do ano, mesmo assim é considerado um dos maiores esnobados da edição. Por ser um drama feminino que aborda questões muito pungentes de tal universo, dirigido por uma mulher e com um elenco de peso predominantemente feminino, o longa merecia mais atenção da Academia. Por exemplo, poderia ter rendido para sua realizadora Sarah Polley, uma nomeação em um ano sem uma representante mulher na categoria de direção. Fora isso, poderia ter nomeado também uma de suas quatro atrizes principais, em performances impactantes. Ou seja Frances McDormand (vencedora do Oscar por Fargo, Três Anúncios para um Crime e Nomadland), Rooney Mara (indicada ao Oscar por Millenium e Carol), Jessie Buclkey (indicada ao Oscar por A Filha Perdida) e Claire Foy tinham chance, mas foram esnobadas.

Existe também um fator decisório na hora de indicar uma obra ou um artista ao prêmio máximo do cinema: o filme precisa acontecer. O que isso quer dizer é que determinado filme precisa fazer sucesso com os críticos ou com o público. Dificilmente um desastre de bilheteria e um fracasso de crítica será lembrado pelos votantes do Oscar – a não ser que tenha um elemento de excelência que chame muita atenção (como a atuação de Ana de Armas em Blonde). Este é o caso com a promessa não cumprida de Babilônia, que gerava grande expectativa como um dos fortes candidatos ao Oscar 2023, mas que terminou perdendo totalmente a força depois de seu lançamento. O filme foi indicado a três prêmios técnicos, apesar disso, ninguém questiona a entrega da musa Margot Robbie (indicada ao Oscar por Eu, Tonya e O Escândalo), esnobada pela Academia, mas nomeada para o Globo de Ouro.

Outro filme que “não aconteceu” foi o drama Império da Luz, de Sam Mendes (vencedor do Oscar por Beleza Americana e indicado por 1917), sobre a descoberta da paixão pelo cinema de uma gerente do local e o combate ao racismo numa cidadezinha litorânea inglesa em 1980. O filme passou quase em branco no Oscar, sendo lembrado apenas para melhor fotografia. Quem protagoniza é Olivia Colman, vencedora do Oscar por A Favorita e dona de outras duas indicações (Meu Pai e A Filha Perdida) e esperava-se uma nova nomeação para a atriz, que terminou esnobada. No entanto, sua atuação foi nomeada no Globo de Ouro.

A ruiva Jessica Chastain finalmente levou o Oscar de melhor atriz ano passado pela biografia Os Olhos de Tammy Faye, depois de ter sido indicada por Histórias Cruzadas e A Hora Mais Escura. Esse ano, a estrela teve um trabalho significativo em O Enfermeiro da Noite, baseado numa aterradora história real. Apesar do filme não ter aparecido em muitas premiações, seu parceiro de cena Eddie Redmayne foi lembrado para indicações no BAFTA, no SAG e no Globo de Ouro. A atuação de Chastain, no entanto, embora igualmente poderosa, foi ignorada não apenas no Oscar como nas citadas demais premiações.

Outra produção original da Netflix que poderia ter figurado no Oscar. O Milagre tem toda a cara de premiações e na direção encontra-se o badalado cineasta chileno Sebastián Lelio, que levou o Oscar de filme estrangeiro por Uma Mulher Fantástica (2017). Protagonizando O Milagre temos Florence Pugh, uma das jovens atrizes mais talentosas de sua geração, que temos certeza muito em breve será nomeada ao Oscar. Podia ter sido dessa vez, mas fica para a próxima. O Milagre, que fala sobre uma enfermeira tentando desmascarar um suposto jejum milagroso em 1862, foi indicado para melhor filme no BAFTA.

Finalizando a lista das atrizes esnobadas pelo Oscar 2023, temos o que poderia ser o retorno triunfal da estrela Anne Hathaway ao prestígio de premiações, depois de uma temporada longa de fracassos em sua carreira. Já são 8 anos que a atriz não vê um grande sucesso em sua carreira, nesse período entregando nada menos do que nove produções que se mostraram fracassos consecutivos. Está difícil para ela. A redenção poderia ter sido alcançada por Armageddon Time, muito comentado inicialmente, em que a atriz vive a mãe de um menininho crescendo nos anos 80. O filme serve de biografia do diretor James Gray, assim como Os Fabelmans para Spielberg. O filme parece não ter empolgando, ficando longe das grandes premiações – e Hathaway terminou igualmente esnobada.

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Via R7.com