Recentemente, houve o compartilhamento da notícia sobre a possibilidade de familiares das vítimas da Boate Kiss processarem a Netflix.

A razão seriam os efeitos causados aos parentes das vítimas pela minissérie, chamada “Todo Dia a Mesma Noite“, que relata os acontecimentos da tragédia que houve no início do ano de 2013, em que 242 jovens foram mortos após a boate pegar fogo em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. 

A minissérie foi inspirada no livro da jornalista Daniela Arbex, que possui o mesmo nome, o qual relata o caso ocorrido na madrugada do dia 23 de janeiro de 2013.

Entretanto, segundo informações compartilhadas pela própria Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes do incêndio na Boate Kiss, na presença de Gabriel Rovadoschi Barros, presidente da Associação, houve a divulgação de que a grande maioria dos pais das vítimas não estariam motivados a processar a plataforma de streaming.

Leia logo abaixo o trecho publicado por meio de Gabriel Rovadoschi Barros em sua rede social:

“A produção não retrata de forma individual os 242 jovens assassinados, mas sim um recorte das quatro famílias de pais que foram processados. Todos os familiares de vítimas e sobreviventes retratados por personagens da obra estavam cientes e em concordância.”

O comunicado ainda continuou com a seguinte fala:

“Acreditamos na potência das produções na luta por justiça e pela memória. Recontar essa história significa denunciar as inúmeras negligências e tentativas de silenciamento que encontramos pelo caminho, além de auxiliar na prevenção para que esse tipo de tragédia não aconteça com mais nenhuma família.”

Mas, afinal, quem iria processar a Netflix?

Os únicos interessados em continuar movendo um processo contra o streaming eram um grupo de pessoas que não fazem parte da associação, o qual é formado por aproximadamente 40 pessoas.

No entendimento deles, ao disponibilizar a minissérie “Todo Dia a Mesma Noite”, a Netflix prejudicou várias famílias, fazendo com que revivessem o ocorrido. Contudo, o processo vai acontecer, principalmente porque acreditam que estão explorando os familiares.

A advogada do grupo de familiares Juliane Muller Korb compartilhou da mesma indignação e se manifestou:

“Muitos pais não tiveram estrutura para entrar no ginásio com todos aqueles corpos e reconhecer os filhos, muitos nunca tiveram estrutura até hoje para ver as imagens dos corpos e essa cena é passada no trailer da série.

Precisamos tratar da responsabilidade social sobre a dor desses pais. A que custo uma plataforma de streaming pode lucrar em cima de uma tragédia como essa?”

A minissérie está disponível desde o dia 25 de janeiro na Netflix.



Via R7.com