Tremor, lentidão, rigidez nas articulações e perda de memória são sintomas mais comuns do Parkinson, doença neurológica degenerativa, progressiva, que afeta o sistema nervoso central.
A principal causa é a morte das células do cérebro responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos.
A doença não tem cura, mas é tratável com medicação. Mas uma pesquisa da Universidade de São Paulo descobriu que um tipo de célula do sistema nervoso pode proteger contra sintomas da doença.
O estudo com camundongos percebeu que a microglia, que compõe um dos grupos mais abundantes de células do cérebro, se mostrou capaz de limitar a perda de neurônios e da capacidade motora.
Os animais receberam uma toxina indutora de sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson aplicada diretamente no cérebro.
Um grupo teve a microglia praticamente eliminada pela substância chamada PLX e outro grupo não.
O conjunto que manteve essas células registrou perdas menos significativas de neurônios e de movimento. Esses resultados sugerem um possível tratamento do Parkinson no futuro.
É o que explica o coordenador da pesquisa e professor do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, Luiz Roberto Giorgetti de Britto.
A ideia, de acordo com o coordenador Luiz Roberto, é controlar a doença.
A pesquisa ainda está na fase de estudos com animais e depois será conduzida com pacientes, o que pode levar entre 10 e 15 anos.
No Brasil, a estimativa é de que 200 mil pessoas vivam com a doença de Parkinson.