segunda-feira, março 31, 2025
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Peça “Eles não usam black-tie” está de volta aos palcos no Rio


Um clássico da cena teatral, que também teve jornada de sucesso nos cinemas, está em cartaz no Rio de Janeiro a preços populares. A peça “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri, montada pela primeira vez em fevereiro de 1958, aborda a luta de operários por melhores condições de trabalho na década de 50, passando por questões sociais, como o enfrentamento de classes e racismo.

No palco do Teatro Dulcina, um dos mais tradicionais da cidade, a história do jovem metalúrgico Tião e sua namorada, Maria. Ao saber que a moça está grávida, eles decidem se casar. Ao mesmo tempo, ocorre um movimento grevista da categoria, que fica dividida. Preocupado com o matrimônio e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, militante sindical, que foi preso pela ditadura. Para o diretor da montagem, João Velho, o tema continua atual.

“Com certeza podemos dizer que o espetáculo continua atual. Porque mesmo havendo greve hoje em dia, as greves são diferentes, não são a mesma coisa né. Mas ainda assim existe a luta de classes”.

A peça é ambientada em um morro da capital Fluminense, e tem como pano de fundo a vida de uma família de trabalhadores, suas relações pessoais e conflitos, destacando temas sociais e políticos. João Velho, que também atua no espetáculo, destaca a riqueza dos personagens.

“Todos os personagens dessa peça são cheios de nuances, e são considerados pelo autor de forma muito bonita. O meu personagem por exemplo, que eu faço, é o João, ele é o irmão da Maria, e é muito bonita a forma que ele vai até a festa de noivado representando a família dela. A mãe dele está doente e tal e ele vai como uma espécie de representante, o pai não está mais vivo. E ele vai lá pra pra fazer o papel do pai, da mãe, enfim”.

À frente do projeto está a Única Companhia de Teatro, que nasceu do grupo Nós do Morro, organização social que tem por missão transformar vidas por meio do acesso à arte, e atua No Morro do Vidigal, na zona sul carioca. O diretor comemora a importância da montagem para o grupo.

“É um momento muito importante do grupo, que é a primeira vez que a gente faz a peça num horário nobre. De quinta a domingo, num teatro tão importante que é o Dulcina. Então a gente está muito honrado de poder fazer este espetáculo neste momento”.

Ele também aborda a importância de trazer de volta aos palcos este texto tão aclamado por público e crítica.

“É importante todo mundo assistir, debater e ter essa efervescência democrática mesmo. De debate, de discordância e tal. Discutir se o personagem está certo, se está errado. Que isso a gente faz também nos nossos ensaios. Acho que o Guarnieri coloca isso também na peça. Não é uma peça maniqueísta. É uma peça muito humana. E as pessoas todas têm que assistir isso e entender o lugar delas no mundo”.

O espetáculo fica em cartaz no Teatro Dulcina até o dia 13 de abril, de quinta à sábado, às 19h e aos domingos às 18h. Os ingressos custam R$ 40 inteira e R$ 20 reais meia-entrada.

 




Via Agência Brasil

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