Pesquisadores brasileiros desenvolveram bioplásticos que se degradam rapidamente quando compostados ou mesmo no ambiente. A pesquisa teve dois artigos publicados recentes em uma revista científica internacional pela sua característica inovadora, já que ele é feito de partículas encapsuladas de alimentos funcionais, como explica a pesquisadora coordenadora do estudo, a professora do Instituto de Macromoléculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maria Inês Bruno Tavares.

“Nós temos trabalhado com a chia, com oleaginosas e com farinhas, onde extraímos os bioativos, que são os ômegas. Que tem um poder antioxidante muito grande. É por isso que as pessoas tomam as cápsulas pra evitar o Alzheimer, por exemplo”.

De acordo com a pesquisadora, os bioplásticos, ao contrário dos plásticos sintéticos, não deixam resíduos que poluem o meio ambiente, prejudicando a vida nos oceanos e até mesmo a saúde humana.

“Quando ele é um polímero biodegradável, ele é um alimento para os microorganismos. São compostos oxigenados, o que facilita para o microorganismo se alimentar, diferente dos polímeros sintéticos”.

O plástico é composto por polímeros, que são grandes moléculas. Inês Tavares explica que para serem decompostas no meio ambiente, essas moléculas são fragmentadas em partículas menores, chamadas microplástico. Os microplásticos estão no ar, na água, e acabam sendo absorvidos por plantas, ingeridos por animais e pelo ser humano, podendo causar alergias e danos à saúde.

A poluição por plástico é um dos grandes desafios da atualidade, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Em todo o mundo, um milhão de garrafas plásticas são compradas a cada minuto e cerca de cinco trilhões de sacolas plásticas são usadas todos os anos. Metade de todo o plástico produzido é utilizado apenas uma vez e descartado.

De acordo com o estudo, o bioplástico desenvolvido pretende colaborar com o aumento do uso de plástico biodegradável, para minimizar o uso de polímeros sintéticos. Ao contrário dos polímeros sintéticos, o bioplástico não pode ser reciclado.

A pesquisa é apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro e, atualmente, está em processo de patenteamento. A equipe também busca empresas interessadas em produzir os bioplásticos.

* Com informações da Agência Brasil



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