A produção de veículos cresceu 3,7% nos primeiros seis meses de 2023, ao alcançar as 1,13 milhão de unidades ante o total de 1,09 milhão produzido no mesmo período do ano anterior. De acordo com os números divulgados nesta sexta-feira (7) pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em junho, a produção foi de 189,2 mil veículos, uma queda de 17% na comparação com maio e de 7,1% na comparação com igual período do ano passado.

“Devido ao estoque elevado dos fabricantes e nas montadoras no encerramento de maio, houve uma queda de produção no mês de junho. Então dentro da estratégia e das condições dos fabricantes, houve uma redução na produção para equilibrar os estoques”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

Segundo ele, isso ocorreu também em função da queda das exportações, reflexo da situação econômica do Chile e da Colômbia. Os dados da Anfavea mostram que as exportações tiveram queda de 7,7 % de janeiro a junho de 2023, com 227,2 mil unidades comercializadas no mercado externo. No mesmo período do ano passado, esse número foi de 246,3 mil. Em junho, as exportações chegaram a 36,6 mil unidades. Comparado a junho do ano anterior, houve queda de 22,6 % e, em relação a maio deste ano, redução de 17,4%, segundo o balanço mensal da Anfavea.

“Infelizmente o mercado do Chile e da Colômbia, que são muito importantes para o setor automotivo, sofreram com a questão da economia local e por isso nós tivemos uma redução no volume das nossas exportações. Mas também é um momento difícil para essa comparação porque o ano de 2022 foi um ano espetacular em termos de exportação”, analisou Leite.

O balanço mensal registrou ainda que as vendas de veículos novos tiveram elevação de 8,8 % no primeiro semestre, com 998,6 mil unidades emplacadas contra as 918,0 mil do mesmo período do ano anterior. Em junho, as unidades vendidas chegaram a 189,5 mil, o que representa um aumento de 7,4 % na comparação com maio e de 6,4% em relação a junho de 2022.

Em parte, Leite atribui o aumento das vendas à Medida Provisória 1.175/23 (editada para conceder descontos para compra de carros novos), com a concentração principalmente nas pessoas físicas, o que revela um ponto muito importante, já que o programa tinha por objetivo a redução do preço e a possibilidade de o consumidor ter acesso a um veículo novo. “Estimamos que, dos R$ 800 milhões liberados pelo governo para veículos leves, R$ 710 milhões já haviam sido aplicados até a virada do mês, resultando em descontos para cerca de 150 mil unidades. Porém, só 54 mil deles tiveram emplacamento efetivado em junho”, disse.

Em uma breve intervenção na apresentação da Anfavea sobre o balanço, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ,afirmou que o programa de incentivo tributário para os veículos leves foi um sucesso e contou com a sensibilidade social do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em relação ao emprego e à importância da indústria no momento.

“Temos uma ociosidade de quase 50% e isso poderia levar a uma perda de emprego. Portanto esse estímulo foi transitório, mas necessário nesse momento. Nós tivemos um grande sucesso, já que os primeiros R$ 500 milhões de crédito tributário foram só para pessoa física. Depois esse valor foi estendido para R$ 800 milhões e aí para a pessoa física e jurídica. Só para pessoa física, nas três primeiras semanas, foram 95 mil veículos”, destacou Alckmin.



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