Home Internacional Protesto toma conta de Israel antes de decisão sobre reforma judicial

Protesto toma conta de Israel antes de decisão sobre reforma judicial


Centenas de manifestantes antigoverno aos gritos de “Democracia” e agitando bandeiras nacionais fizeram um protesto em frente à casa do ministro da Justiça de Israel nesta segunda-feira, antes de uma audiência na Suprema Corte sobre uma proposta da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para restringir os poderes judiciais da Casa.

A polícia arrastou alguns manifestantes em meio a empurrões e brigas, tendo como pano de fundo o barulho de buzinas de carros. Os manifestantes também bloquearam o carro do Ministro da Justiça Yariv Levin, um dos principais formuladores do plano de reforma do judiciário.

A polícia disse ter detido seis pessoas.

Na terça-feira (12), toda a bancada de 15 juízes da Suprema Corte se reunirá pela primeira vez na história de Israel em uma audiência sobre um recurso contra a emenda judicial aprovada pela coalizão do governo em julho.

Críticos da reforma afirmam que ela prejudica a independência do tribunal, abre as portas para a corrupção e enfraquece a democracia, enquanto partidários políticos de Netanyahu afirmam que ela impedirá que o judiciário extrapole seus poderes.

As tentativas de se chegar a um acordo sobre o plano entre Netanyahu e seus oponentes foram infrutíferas até o momento, aumentando os temores de que a crise só se aprofunde.

Apesar da retórica exacerbada, uma decisão da Suprema Corte poderá ser tomada ainda apenas em janeiro, dando tempo para que as partes cheguem a um acordo sobre as mudanças, concedendo um possível alívio após meses de protestos e sinalizando estabilidade para os mercados.

As brigas desta segunda-feira (11) começaram quando a polícia tentou controlar as multidões que se reuniam do lado de fora da casa de Levin.

Os recorrentes na audiência de terça-feira — parlamentares da oposição e grupos civis — afirmam que a emenda elimina controles e equilíbrios democráticos vitais e convida a abusos de poder. Eles também argumentam que o processo legislativo apressado em si foi falho.

Em sua resposta jurídica às petições, o governo afirmou que a Suprema Corte não tem autoridade nem mesmo para analisar a chamada emenda de “razoabilidade” a uma Lei Básica quase constitucional e disse que o debate poderá “levar à anarquia”.

O protesto também se infiltrou nas forças armadas, com alguns reservistas dizendo que não se apresentariam para o serviço voluntário, o que levou alguns chefes militares a advertir que a prontidão de Israel para a guerra poderia entrar em risco se o descontentamento se espalhasse.

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