O combate permanente às arboviroses faz parte da estratégia de gestão da saúde do Governo do Estado. A Secretaria da Saúde (Sesa) reforça as ações para apoiar os municípios no enfrentamento à dengue, zika e chikungunya, com capacitação, liberação de recursos, abertura de leitos e envio de insumos, principalmente a locais com maior incidência das doenças.

Em fevereiro, a Sesa emitiu um alerta pelo Centro de Informações Estratégicas e Respostas de Vigilância em Saúde (CIEVS) sobre o surto de chikungunya no Paraguai e, considerando a fronteira daquele país em Foz do Iguaçu, na região Oeste do Estado, a Sesa reativou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE) para debate sobre a situação de emergência de arboviroses.

Os membros do COE se reúnem regularmente para debater a situação epidemiológica das arboviroses e do vetor (o mosquito Aedes aegypti) no Estado, além de avaliar e aprovar notas orientativas e orientações sobre fluxo assistencial.

“O Paraná não tem medido esforços para apoiar os municípios no enfrentamento das arboviroses, desde o combate aos focos do mosquito, o atendimento na porta de entrada dos serviços de saúde, até o encaminhamento de pacientes”, afirma o secretário da Saúde, César Neves.

Somente este ano, a secretaria já promoveu pelo menos cinco capacitações voltadas para o diagnóstico diferencial de doenças – ação fundamental no atendimento de pacientes. Ao todo, mais de 1.500 profissionais participaram dos treinamentos, abrangendo as 22 Regionais de Saúde do Paraná.

RECURSOS – O Governo do Estado também destinou recursos para o Programa Estadual de Fortalecimento da Vigilância de Saúde (Provigia), que possui 12 ações estratégicas com objetivo de avançar na prevenção, promoção e proteção da saúde. Em 2021, os municípios receberam R$ 23 milhões e em 2022, R$ 35 milhões. E no dia 28 de março deste ano, a Sesa já formalizou a antecipação de mais R$ 9 milhões do Provigia, especialmente para o enfrentamento das arboviroses.

INSUMOS – A hidratação é uma das medidas mais eficazes para que pacientes suspeitos de dengue previnam consequências graves da doença. Por isso, a secretaria está preparando uma compra emergencial de insumos (especialmente soro) para envio aos municípios com maior índice da doença e orienta que cada cidade organize um local específico para hidratação, já na porta de entrada dos serviços de saúde.

“A hidratação é a conduta primordial para o usuário com suspeita de dengue e deve ser iniciada nos primeiros sintomas, para evitar o agravamento do quadro”, explicou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

A Secretaria enviou em fevereiro um ofício ao Ministério da Saúde solicitando um envio emergencial do inseticida Cielo para o Paraná. O governo federal atendeu o pedido parcialmente. O Cielo é um inseticida de pronto uso utilizado no tratamento espacial de ambientes externos com função específica para a eliminação das fêmeas do mosquito Aedes aegypti. A utilização é recomendada apenas em situações de aumento de casos.

MAIS EFICAZ – A orientação do Governo do Estado é que a medida mais eficaz contra essas doenças é a conscientização da população para eliminar os focos do mosquito. “A maior parte dos focos do Aedes aegypti estão nas residências e ações simples como a inspeção semanal na área interna e externa dos domicílios em busca de recipientes que possam acumular água e a posterior eliminação representa um grande apoio de toda a população no combate às arboviroses”, acrescenta Maria Goretti.

A Coordenação Estadual da Defesa Civil, em parceria com a Secretaria da Saúde, programou para este mês mutirões de limpeza em todo o Litoral. A mobilização começou terça-feira (11) em Guaratuba e segue até o próximo dia 21 de abril, quando todos os municípios da região irão realizar a ação.

DADOS – Desde o início do atual período epidemiológico, em agosto de 2022, o Paraná já registrou mais de 121,7 mil notificações de dengue, 17.692 casos confirmados e 12 óbitos. Já com relação a chikungunya foram 1.192 notificações e 144 casos confirmados. O zika vírus não possui casos confirmados, mas já soma 64 notificações da doença. Os dados são do último informe epidemiológico divulgado pela Sesa na terça-feira (11).

A situação epidemiológica, embora seja preocupante, é bem diferente do período epidemiológico 2019/2020, se comparado às mesmas semanas do período atual. Naquele momento, o Estado já somava quase 227 mil notificações de dengue, mais de 102 mil casos confirmados e 78 óbitos. Já com relação à chikungunya, o Paraná somava 574 notificações e cinco casos confirmados, e de zika vírus eram 183 notificações com seis casos confirmados.

“Se compararmos os dados atuais com o cenário epidemiológico do período 2019/2020, vemos que o número de casos e óbitos de dengue era significativamente maior, pois houve a reintrodução do sorotipo DENV-2 no Paraná e que passou a ser predominante, encontrando a população do Estado suscetível. Atualmente circula no Paraná o sorotipo DENV-1, em 98% das amostras tipificadas pelo Lacen, que é o sorotipo que sempre esteve presente no Estado”, afirma César Neves.



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