As chuvas no Rio Grande do Sul acabaram lavando o solo do estado e revelando um esqueleto de dinossauro de mais de 200 milhões de anos.

O fóssil, ou seja, o esqueleto petrificado, foi descoberto em um sítio, no município de São João do Polêsine.

O paleontólogo da Universidade de Federal de Santa Maria e líder da equipe de estudo, Rodrigo Temp Müller, deu mais detalhes sobre a descoberta.

Nesse caso a gente está falando de um esqueleto fóssil quase completo. A gente ainda não tem certeza se ele vai estar completo porque é preciso finalizar o trabalho de preparação. E além de estar quase completo, ele também é muito bem preservado. Então a gente consegue extrair muitas informações anatômicas que às vezes não podem ser extraídas de outras fósseis.

Segundo o paleontólogo, o que se sabe até agora é que o esqueleto fossilizado pertence a um dinossauro carnívoro de um grupo já conhecido na Argentina e aqui no Brasil.

Ele pertence a um grupo de dinossauros os Herrera Sauridi. Esses dinossauros foram os primeiros dinossauros a ocupar o topo das cadeias alimentares. Então eles eram dinossauros predadores, provavelmente não eram predados por outros animais, pelo menos não quando atingiam o tamanho máximo.

De acordo com a equipe de pesquisa, pelo tamanho dos ossos, esse dinossauro teria cerca de 2,5 metros de comprimento, mas poderia chegar na vida adulta a 6 metros, do focinho até a calda.

O esqueleto encontrado, no momento, é considerado o segundo mais completo para o grupo herrerassaurídeos. O pesquisador Rodrigo Temp Müller explica a importância disso.

Quando a gente tem mais espécimes completos é possível começar a fazer análises mais aprofundadas, de como era a variação entre esses indivíduos. As vezes a gente imagina que uma característica pode ser única de um animal, mas, na verdade, ela é fruto de alguma variação que a gente ainda não conhecia. Então com mais esqueletos é possível às vezes responder esse tipo de questão

De acordo com os pesquisadores, só quando os trabalhos de laboratório terminarem, será possível saber se esse dinossauro representa uma nova espécie ou se é de uma já conhecida.

Segundo Rodrigo, o Rio Grande do Sul tem alguns dos fósseis de dinossauros mais antigos do mundo, ao lado da Argentina e da África. E em nenhum outro lugar existem fósseis de dinossauros tão antigos.



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