Começou nesta segunda-feira (22) e se estende até o próximo domingo (28), na capital paulista, a Semana Municipal do Brincar, com uma programação que inclui atividades abertas e gratuitas em espaços públicos como bibliotecas, centros educacionais unificados e parques municipais para as crianças e as pessoas que convivem com elas. Para a maior parte das atividades, não é necessária inscrição prévia, basta consultar as informações sobre na programação no site da semana.

O secretário executivo municipal de Projetos Estratégicos, Alexis Vargas, disse que o objetivo é que a cidade toda participe das atividades. “Elas foram elaboradas em um esforço conjunto, pensando em promover diversão, educação, acolhimento e desenvolvimento saudável para as crianças da nossa cidade. A Semana do Brincar caminha lado a lado com as demais ações do Plano Municipal pela Primeira Infância”, disse Vargas.

Segundo o coordenador de Educação do Instituto Alana, Gabriel Salgado, além de brincar ser um direito das crianças e adolescentes previsto na Constituição, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Declaração Universal dos Direitos da Criança das Nações Unidas, que deve ser garantido para todos, independentemente do contexto, da etnia e do gênero, a atividade é fundamental para o desenvolvimento integral, emocional social, cognitivo e para a construção da sua subjetividade. O Alana é uma organização voltada para a promoção do direito e do desenvolvimento integral da criança, que fomenta novas formas de bem viver.

“O desenvolvimento social é a partir do momento que a criança reconhece a si mesma, reconhece seu território. É por meio do brincar que a criança explora, resolve problemas e se coloca enquanto agente de mudança do lugar onde está inserida, criando alternativas, soluções, caminhos, possibilidades, saídas. E ela se relaciona com ela mesma, com o outro e com o mundo”, explicou.

A brincadeira é essencial para o desenvolvimento emocional, no momento em que ela se provoca a estar e a sentir diferentes coisas a partir do brincar. “Por exemplo, ao brincar de pega-pega, esconde-esconde, a criança se provoca a se sentir acuada, fugindo de um colega, a perseguir alguém, a sentimentos de ser descoberta onde está escondida. O brincar possibilita esse ser e estar no mundo sendo provocada por diferentes tipos de emoções”, acrescentou.

Para Salgado, a Semana Mundial do Brincar é uma ótima oportunidade para chamar a atenção para a importância do “brincar livre”, que é a ação de brincar que não está atrelada necessariamente a um aprendizado metodologicamente previsto ou mapeado. “É um brincar que ela possa estar fora da escola ou de sua casa, em parques, praças, reconhecendo seu bairro, no território em que está inserida, mas com o máximo possível de contato com a natureza e com o meio ambiente.”

Salgado enfatizou que o brincar é a expressão da máxima potência da criança no mundo, meio pelo qual ela provoca os adultos, sejam pais ou responsáveis, a olhar para outras formas de expressão, além daquelas às quais estão condicionados e lidam na vida adulta.

“É uma expressão que pode parecer despretensiosa, mas é a forma da criança se expressar socialmente, psicologicamente, emocionalmente. É um elemento fundamental para fortalecer o vínculo com o adulto e fortalecer os elementos que vêm com esse vínculo”, finalizou.



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