Home Editorias Educação Servidores de São Paulo conhecem experiência da ouvidoria do Paraná nas escolas

Servidores de São Paulo conhecem experiência da ouvidoria do Paraná nas escolas


Elaborar um documento com protocolo único para orientar as ouvidorias dos estados que integram o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) sobre o tratamento de casos de assédio sexual no ambiente escolar, com ações eficazes e conjuntas para combater quaisquer situações de violência. Esse foi o tema de um encontro, nesta terça-feira (17) entre representantes dos governos do Paraná e de São Paulo, realizada na sede da Secretaria da Educação (Seed), em Curitiba.

Participaram o ouvidor da Seed, Luiz Eduardo Buard Júnior; o ouvidor-geral do Paraná, Yohhan Souza; o ouvidor-geral de São Paulo, Valmir Dias, e o corregedor-geral, Marcos Lindenmayer.

O tema já foi discutido em um grupo de trabalho durante reunião do Cosud, no início do ano, e as propostas de diretrizes conjuntas entre Paraná e São Paulo serão submetidas a esse mesmo grupo na próxima reunião do consórcio, em novembro.

“Temos como referência a maturidade de que o Paraná demonstra nesse tipo de tratamento e a finalidade é trazer o que tiver de melhor entre as experiências dos estados para que tenhamos maior efetividade no acolhimento, na prevenção, detecção e na punição a agressores no ambiente escolar”, afirmou Valmir Dias. “Isso vai contribuir para que outros estados bebam dessa fonte e se utilizem das informações para que possamos avançar nessa pauta tão importante, que é proteger nossas crianças para que elas possam ter seu livre desenvolvimento garantido”.

O ouvidor e o corregedor paulistas também visitaram o Colégio Estadual do Paraná e a Controladoria-Geral do Estado. São Paulo e Paraná ficaram incumbidos de elaborar o protocolo que será apresentado na próxima reunião do Cosud. Eles participam do grupo de trabalho Transparência, Controladoria e Ouvidoria, criado para discutir e apresentar propostas para combate ao assédio sexual em ambiente escolar.

Na CGE, eles conversaram com a controladora-geral do Estado, Leticia Ferreira da Silva, e se reuniram também com o coordenador de Corregedoria do Paraná, Daniel Dalacqua; com o coordenador de Transparência e Controle Social, Matheus Gruber; e com o diretor de Auditoria, Controle e Gestão, José Acacio Ferreira Júnior.

REFERÊNCIA  Durante o encontro na Secretaria da Educação, o ouvidor da Pasta, Luiz Eduardo Buard Júnior, apresentou aos visitantes algumas das medidas que têm tornado o ambiente escolar saudável e acolhedor, como os canais de denúncia sobre assédio e outras violências nas escolas, e os protocolos para dar celeridade às soluções e proteger os estudantes. São exemplos a campanha permanente junto aos pais, estudantes e servidores por meio de cartazes afixados nas 2.104 escolas estaduais e do aplicativo “Escola Paraná”.

O aplicativo proporciona uma forma de contato mais rápida através de QR Codes, que encaminham os casos diretamente para a Ouvidoria, o que torna o recebimento dessas denúncias mais efetivo, tanto no sentido de prevenção, como de apuração dos fatos pela área técnica.

“A presença do corregedor-geral e do ouvidor de São Paulo e também do ouvidor-geral do Paraná, é fundamental para essa troca de experiências sobre o que cada um tem feito. Ao mesmo tempo que conhecem o nosso trabalho, eles trazem toda a expertise na recepção de denúncias e demandas para atuar no âmbito da área correicional. Isso é importante compartilhar conosco”, ressaltou Luiz Eduardo Buard.

O ouvidor-geral e o corregedor-geral do estado vizinho destacaram o trabalho desenvolvido a partir do Ato Interinstitucional conjunto, que vigora no Paraná desde 2022. A medida foi elaborada pela Secretarias da Educação, com a participação das secretarias estaduais da Justiça, da Segurança Pública e da Administração, além de outros órgãos como Controladoria-Geral do Estado, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública e seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR).

O documento, posto em prática gradativamente, abrange ações que já estão acontecendo, como o acolhimento a estudantes vítimas de violência física, psicológica ou sexual, assim como medidas para otimizar a investigação de casos nas instituições de ensino da rede estadual.

Entre as ações previstas no Ato Interinstitucional estão preparar os profissionais da educação para identificar situações de violência e apoiar as vítimas; o uso de recursos tecnológicos para aprimorar os canais de denúncia na Ouvidoria e a capacitação dos profissionais que atuam com processos administrativos e em sindicâncias.

Com essas medidas, foi possível identificar denúncias rapidamente e encaminhá-las para outros órgãos comprometidos com a melhoria do ambiente escolar. As mudanças feitas no fluxo de recebimento e direcionamento das informações resultaram no aumento em cerca de 50% no número de manifestações.

Ao longo da reunião, o diretor-geral da Secretaria estadual da Educação, João Giona Júnior, que assumiu a função em 2023, com o projeto já em andamento, disse que ficou impressionado positivamente com o formato. “Como o ato foi um esforço conjunto de todos os órgãos, por convicção mesmo, e independentemente da forma com que foram produzidas, as diretrizes contidas nele têm sido determinantes na forma como atuamos. O conteúdo me impressionou muito. O caminho sem apego à formalidade, com foco no conteúdo e gerou e gera muitos frutos”, disse.

IMPORTÂNCIA – Para o ouvidor-geral do Paraná, Yohhan Souza, um dos anfitriões do encontro, as presenças de representantes de órgãos de fiscalização do maior Estado do País no Paraná, reforça a importância do projeto, que pode inclusive ser expandido.

“A próxima etapa é apresentar como se dá o tratamento das denúncias de assédio sexual nas escolas para o resto do Brasil, afinal temos um diferencial, que passa pelo acolhimento lá na ponta, dentro das escolas, mas vai para o tratamento que se dá a essas denúncias, sem deixá-las de lado, sem o engavetamento das investigações, com o devido processo dessas denúncias e com a resposta satisfatória. Isso é que faz o trabalho ser ideal para a implantação em outros estados”, refletiu.

PRESENÇAS – Participaram do encontro ainda Rafael Deslandes, diretor de Inteligência e Informação Estratégica da CGE do Paraná, e Kelsen Christina Zanotti Tonelo, chefe da Assessoria Técnica da Seed.



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