O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) assinou, nesta segunda-feira (12), o contrato com a empresa vencedora da licitação do edital que previa a construção da infraestrutura do Parque Tecnológico do Tecpar em Maringá. A Sial Construções Civis apresentou o menor valor para a execução das obras, cujo investimento será de R$ 22,9 milhões.

A assinatura do contrato com a empresa vencedora dá andamento à fase 1 da implantação do parque tecnológico, que contempla a infraestrutura no local, um terreno doado pela Prefeitura de Maringá ao Tecpar, com área de 100 mil metros quadrados.

A empresa irá agora realizar as obras para implantar a infraestrutura do parque tecnológico, o que inclui o asfaltamento e cercamento da área e a construção de um prédio administrativo e central de utilidades, dentre outras edificações necessárias para o funcionamento do parque.

Celso Kloss, diretor-presidente do Tecpar, salientou que a assinatura do contrato com a empresa começa a tirar do papel um plano que vai fortalecer a saúde pública brasileira, interiorizando a atuação do instituto.

“O Tecpar é um laboratório público oficial, o que significa que tem entre seus objetivos o fornecimento de produtos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ao longo da sua história, o instituto deu inúmeras contribuições à saúde pública brasileira e agora passa a executar um projeto que irá consolidá-lo como fornecedor público nacional. Além disso, o novo parque tecnológico vai levar ainda mais desenvolvimento para Maringá”, pontuou. A Sial Construções Civis foi representada na assinatura pelo diretor Pedro Rossi.

Os recursos para a construção do parque tecnológico são oriundos do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico administrado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para o financiamento de projetos em áreas estratégicas do Paraná. A previsão é que a obra seja executada em até dois anos.

“O que estamos fazendo agora é o início de uma operação que visa construir a base física para as indústrias de medicamentos biológicos instaladas em Maringá. Vamos iniciar primeiro com dietoterápicos, mas, ao final, também queremos produzir medicamentos biológicos e contribuir com a solução da demanda de importação muito grande que nós temos hoje no Brasil desses medicamentos”, disse o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros.

O diretor-geral da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Jamil Abdanur Júnior, destacou que o projeto é de extrema relevância para o Estado do Paraná. “É a criação de mais um parque tecnológico da área de saúde instalado numa região de Maringá, que já tem expertise e que vocação para o desenvolvimento de temas relacionados à área de saúde”, pontuou.

“Esta iniciativa proporciona ao Estado o desenvolvimento de novos produtos que vão atender questões relacionadas à saúde humana e animal. Para o Paraná, isso assegura a possibilidade, inclusive, de diminuição da dependência de produtos de outros países e vai criando uma autonomia para que além de ter os seus produtos, o Estado possa até mesmo melhorar as condições das estruturas já existentes. Tudo isso com o apoio das nossas instituições de ensino, que também estão a serviço desse projeto”, afirmou.

FASE 2 – Em maio deste ano, o Governo do Paraná formalizou um protocolo de intenções entre o Tecpar e a empresa Astra Medical Supply para a instalação de uma unidade industrial voltada à produção de fórmulas nutricionais no parque tecnológico. A implantação da fábrica faz parte da fase 2 do projeto de instalação do parque tecnológico, que tem como objetivo atrair várias empresas especializadas em pesquisa e desenvolvimento de produtos de ponta na área de saúde.

A escolha da empresa se deu após um chamamento público, que teve como vencedor o consórcio das empresas Astra Medical Supply e Nucitec. Além da instalação da indústria para produção nacional das fórmulas de nutrição clínica especializada, a parceria também prevê a transferência de tecnologia para o instituto paranaense.

SAÚDE – As primeiras fórmulas nutricionais que serão produzidas no parque vão ser utilizadas para alimentação de pessoas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), um efeito adverso à saúde decorrente de uma resposta imune específica que ocorre na exposição a uma proteína presente no leite de vaca. Os produtos serão destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo a uma demanda nacional por este tipo de fórmula.

Ter no Brasil uma plataforma de desenvolvimento industrial para formulações pediátricas, como no caso da APLV, é considerado pelo Ministério da Saúde como uma estratégia para atender a doença negligenciada e um desafio em saúde e de solução produtiva e tecnológica para o SUS. A recomendação do órgão é que haja produção de medicamentos e formulações para tratamento da população pediátrica de forma a garantir o abastecimento em nível nacional.



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